quarta-feira, 25 de abril de 2007

Decisão da escolha


Estava eu confabulando comigo mesma, perdida em pensamentos, pois estava numa encruzilhada novamente: é incrível como toda e qualquer dúvida consegue acabar comigo; eu fico maluca se tenho que escolher. Eu sempre prefiro que os outros escolham por mim, seja pela minha incapacidade de decisão, seja porque eu tenho um certo receio de não agradar a vontade alheia. É, eu não gosto de escolher.

Mas aí parei pra pensar: imagine um mundo em que você não pode escolher o que gosta de comer ou não, não pode optar por um cabelo liso ou cacheado, quanto mais a cor dele. Um mundo em que a opção é não ter opção e tudo é imposto a você. Basicamente, seria a volta da ditadura, aqueles tempos tão repressivos dos quais só os mais ignorantes sentem uma certa saudade. Não, não, não convém desejar por isso.

E foi aí que então um pensamento ainda pior me ocorreu. E se nem houvesse uma segunda possibilidade? E se todo carro fosse branco, se todo celular fosse cinza e tivéssemos que circular pelas ruas todos usando um uniforme? A padronização é ainda pior do que a repressão: não tem nem com o que sonhar, não ter uma aspiração, ou qualquer perspectiva. Um mundo de iguais (e ser igual a todos não é tão bom como muitos pensam).

Conclusão? Acho que é indiscutível que por mais que seja torturante, muitas vezes, fazer uma seleção, isso acaba sendo melhor do que você não ter qualquer escolha. É o arco-íris que deixa nossas vidas tão coloridas, são as possibilidades que nos permitem sonhar. É só quando você tem alguma perspectiva de mudança que você pode planejar, pensar no passado e melhorar o futuro. O dom da escolha é o melhor presente que poderíamos ganhar, mas cabe a nós mesmos reconhecer essa dádiva de liberdade, apreciá-la e fazer bom uso dela em cada mínima escolha.

terça-feira, 17 de abril de 2007

"Hm...chiclete! Yum, yum!
Uva, tutti-frutti, uva, morango, uva, morango, uva, morango, uva. Delícia! Quero mais. Cadê? Yum, yum!"




É, não adianta quantos chicletes eu tire do pacote. Esse vazio aqui dentro ainda vai continuar existindo e me consumindo, nem que eu tente diferi-lo. O máximo que pode acontecer é eu desenvolver um processo de gastrite.

Deixar de lado qualquer coisa que me distraia não vai me impedir de mais cedo ou mais tarde encarar a vida. A questão é só que eu estou perdendo tempo demais, depois só vai ser pior. Não tem alguém em quem pensar não é estar feliz com a vida. Acordar e dormir, não é viver. Não é qualquer vício que me tira da rotina e traz um sorriso à tona.


Vazio, adiamento. Oco, protelação. Vácuo, procrastinação.
Eles só vão embora quando eu resolver viver minha vida de verdade.