quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Era uma vez um natal

Coisas materiais vêm e vão - o que sempre fica são as memórias daqueles sonhos que se realizam.
Por isso, o melhor presente que eu poderia ganhar era um próprio natal típico de filmes, com aquela magia toda - neve caindo por toda parte enquanto eu ganho um beijo embaixo do visco.
Ai, ai. Uma garota pode sonhar...

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

2008

É quase fim de ano mais uma vez, é outro ciclo que acaba. Mas por mais clichê que possa ser, é impossível não parar para refletir sobre tudo que ocorreu nesse intervalo. Quanto a mim, fazendo uma breve retrospectiva, 2008 foi, acima de tudo, um ano de aprendizado um tanto quanto sofrido - aprendi a aprender, a perder e a amar (a milhares de quilômetros).

A garota de primeiro de janeiro achava que tinha tudo que poderia desejar, com seus amigos, família, amores e incessante vitórias. Ela era inocente e tinha fé. Mas aí veio dia após dia e aquela menina mudou. Claro que crescer é sempre bom, mas dessa vez o custo foi muito alto.

Os amigos desapareceram e se tornaram estranhos, a mãe seguiu outro rumo e foi viver em águas nórdicas. Eu descobri que não tinha amado de fato e, quando entendi o significado de amor, era por causa de um alguém distante demais, e ainda vi as maiores derrotas da minha vida vida. Eu tropecei, eu caí, eu chorei, apesar de ter me levantado depois.

Eu sinto saudades da Gabriela de janeiro. Ela era toda sorrisos e pensava que poderia ter o mundo; a de dezembro não tem sonhos nem esperança, ela é indiferente. Eu amadureci e só agora entendo porque dizem que ignorância é felicidade. Quer saber? Nesses 12 meses, eu só queria que eles acabassem logo - agora eu vejo que o que eu quero é revivê-los.

domingo, 30 de novembro de 2008

O Sonho

Eu sonho em ir para um lugar normal, sem nada de especial, aonde há ruas comuns e prédios como os que eu vejo todos os dias. Eu quero ir para uma cidade no hemisfério norte como a em que eu vivo aqui. O que torna isso um sonho é quem vive lá.

A verdade é que eu preciso ir para uma cidade normal do Canadá só para ficar ao lado daquela pessoa com quem eu sonho. Ir para lá é quase que só ter um cenário lindo ao meu redor, uma vez que o que realmente importa é ter um par de braços ao meu redor quando eu preciso.

Porque eu sei que meu vizinho aqui do lado não é perfeito para mim como ele, que vive lá tão distante. Estou fadada, então, a desejar com todas as minhas forças ir para o outro lado do continente. E eu não serei feliz de forma plena até ter realizado vôos longos e ver folhas de bordo. É mais que um sonho - eu preciso ir para lá.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Beija, beija, beija!

Ah, eu me lembro... Meu primeiro beijo. Eu e meu grupo de amigos da quinta série num canto da quadra, brincando de verdade ou desafio. Bom, nada mais natural do que todo mundo desafiar eu e aquele meu amigo a beijar - como éramos quase inseparáveis, eles achavam que deviam dar esse empurrãozinho.

E foi. Não vi estrelas, o chão não se moveu e eu não senti um friozinho na barriga. Era simplesmente um beijo, uma coisa que me parecia ainda um pouco estranha e não muito natural - mas exatamente o que eu esperava. E não foi como se depois disso minha vida tivesse se transformado, como se houvesse a "Gabi-antes-de-beijar" e a "Gabi-depois-de-beijar". A única sensação que eu tive depois foi de satisfação comigo mesma por ser uma das primeiras da turma a realizar tal feito. Ele era meu amigo, mas eu não estava apaixonada por ele.

Meu primeiro beijo não foi romântico, mas foi o que eu sempre havia imaginado.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Moda da conquista

Quando conquistar alguém está em pauta, é claro que eu vou ousar e usar algo que chame atenção. O quesito guarda-roupa é imprescindível nessa hora! Cores e estampas mais atraentes, sem contar os bons e velhos amigos das mulheres - decotes e minissaias.

Eu me cuido e eu me arrumo, porém nunca fora do que eu sou. Porque, acima de tudo, o jeito que alguém se veste é como essa pessoa se apresenta ao mundo. Ou seja, não mudaria meu estilo e não usaria coisas que não gosto simplesmente para ganhar a atenção do cara. Ele tem que gostar de mim pelo que eu sou - o que eu visto é só um complemento.

sábado, 18 de outubro de 2008

E agora?

Perto da minha casa tem uma rua que eu só vejo o começo. Ela some direita afora, correndo morro acima e atiçando a minha curiosidade. O que vem depois daquela curva? Todos os dias, eu passo em frente a esse enigma, vendo árvores, carros estacionados e um prédio isolado. Todos os dias, eu me vejo querendo explorar o resto daquele canto de mundo. Mas todos os dias eu ouço um "agora não, mais tarde" na minha mente.

Aquela rua é o caminho para a felicidade e aquela voz sou eu. Perdida em procrastinações, eu sempre vejo-me rendida ao mais fácil, que é deixar tudo para depois. Mesmo que eu possa ter o fantástico, de que ele vale se eu deixo para ir ao seu encontro somente amanhã? Há sempre a atuação de uma força maior qualquer que me deixa completamente inerte no agora.

Depois daquela curva, quem sabe, há sorrisos, paz, respostas. Tudo que eu sempre quis pode estar concentrado ali. Mas eu não sei - estou sempre a esperar por uma hora melhor para averiguar se meu pote de ouro está após aquelas árvores. Só que amanhã, amanhã é outro dia e aí pode ser tarde demais.

O futuro e o passado também perdem seu valor se o presente não for devidamente apreciado. A vida é agora, não depois. Eu não deveria postergar minha busca pela realização dos meus sonhos. Então preciso abrir meus olhos - agora, não mais tarde. Porque eu não deveria deixar para amanhã para começar a viver.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Perdoar alguém sem olhar quem

Eu posso até ser ingênua demais, mas acredito que perdão não tem limite. Não existe uma linha a ser traçada que delimite o que é perdoável ou não. Todos somos passíveis de cometer erros, portanto todos deveríamos ter o direito a uma segunda chance, uma nova oportunidade para fazer tudo diferente.

Além do mais, o que seria da vida se não fossem esses erros? Não poderíamos aprender, o que nos fadaria a uma impossibilidade de crescer. Precisamos que os outros vejam em nós arrependimento e esqueçam daquilo que não foi certo. Sem isso, não há espaço para esse amadurecer. É assim que se constrói uma vida melhor.

Eu creio em apagar o passado e só olhar para um futuro melhor. Sem mágoas nem ressentimentos, não importa o que foi feito.
Nada é tão impossível de ser esquecido. Um mau julgamento pode aparecer de todas as formas e tamanhos - poderia ter sido você quem cometeu esse erro.

Desculpe-me, mas acredito em um mundo aonde deve existir um perdão pleno.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Dramaholic

A vida é uma novela e eu sou a mocinha. Um sorriso só me encontra quando chove e é quase uma necessidade existir alguma coisa errada. Até protagonistas mexicanas deviam ter injeva desse cotidiano.

Dizem que é vício, mania, patologia, mas entenda - é só que a cada dia há um novo motivo para que uma hora eu simplesmente transborde e desmorone. Não é como se eu procurasse os problemas, eles é que me encontram naturalmente. Não tem como negar ou fingir que não existem, aquelas questões estarão lá de qualquer forma, tomando conta da mente e do coração.

Eu cultivo flores, mas o que posso fazer se elas crescem e viram dor? Só quem sente é que sabe. A vida é o drama em si. E a grande pergunta é: quando é que eu tenho o meu final feliz?

domingo, 21 de setembro de 2008

Próximo

Eu luto por menos distância.

A minha causa é por mais proximidade em todos os sentidos. Menos hesitações e menos saudade.
Eu defendo desde um sorriso aleatório para algum estranho, mais palavras com o seu vizinho do que o mero "bom dia" até menos estradas entre aqueles que moram tão mais longe do que se gostaria.
Eu quero mais abraços espontâneos, dizer "eu te amo" sem motivo algum, menos barreiras e passagens mais baratas.
O mundo seria infinitamente melhor se as pessoas estivessem mais perto de nós.
Eu luto por menos distância porque o amor não tem fronteiras.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

B.

Don't say it's okay.
You can say I'm still your one and it's not because you're not with me as much as I'd like that anything in you has changed. It's not that simple.

Perhaps it doesn't work like that for you - you don't simply blink your eyes and think "I don't love her anymore." But I've lived long enough to know for a fact that this is a possibility. Because so many times it happened to me...

And you know, you should know, that things are not how they used to be. We used to spend hours talking about nothing and then we wouldn't be able to wait for the next time we'd do nothing together. And now, now it's been a while since you've even smiled at me and things can't stay this way. I don't want to lose you. So don't say it's okay. Because you may not change, but, darling, I just might.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Música para meus ouvidos

Eu fiz um comentário com um certo humor conotado acerca de você. Claro, foi negado. Mas eu afirmei que sabia quem você era. E não era isso mesmo, então, que seria feito? E você, da forma mais ríspida que pôde encontrar dentro de si mesmo, disse que eu não o conhecia.

Foram só quatro palavras, mas que efeito que tiveram! Quando se sentimentos estão em jogo, o menor dos males toma proporções tremendas. Era como se todas as ilusões que eu contruí em cima de seu ser maravilhoso tivessem sido espatifadas numa questão de frações de segundo, sendo evaporadas ar afora. Meia hora de silêncio bastou para querer esquecer aquele outubro.

E cá estou eu, agora, pensando acerca de tudo isso. Eu não pensava que você poderia despedaçar-me daquela forma, quando todo dia ouço a sua voz dentro de mim repetindo que você me ama. Como poderia antecipar o que eu temia? Mentiras. Você se revelou a maior delas.

Pois bem, você estava certo, afinal: eu não o conheço. Mesmo.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Fura-bolo que fura olho

Traição. O que quer que seja que venha à cabeça ao ouvir essa palavra, não pode ser qualquer coisa como sorrisos e anjos. Adicione paixões e colegas e temos a receita para um desastre.

Se uma amiga ficasse com o meu namorado, seria uma traição dupla. Não somente ela seria a pivô de uma separação, responsável por um coração partido, mas também estaria traindo toda a confiança que eu depositei nela como amiga.

A verdade é que a base de qualquer relacionamento é confiança. Se não houver isso no namoro ou na amizade, não tem como esses dois existirem. Podemos estar em pleno século XXI e sermos super modernos, mas essa coisa de "furar olho" vai ser sempre o fim - seja do namoro, seja da amizade.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A ausência faz o coração refletir

Gisele era tudo. Desde seu intelecto inequiparável até seu semblante que me atraía ao extremo, eu não poderia pedir por mais nada em alguém que já não tivesse encontrado nela. Aquele sorriso, aquele sotaque, aquela espontaneidade. Estava cativado, corpo e alma.

Eu prometi a ela flores, cartas e todo o meu amor. Naqueles dois meses, a única coisa a qual não lhe jurei era o mundo, pois ela já o tinha. E foram dois momentos, dois momentos tão bons, mas que vieram ao fim, numa triste despedida hispânica. Estávamos apaixonados, mas éramos jovens e morávamos longe, longe demais. Existia um oceano intransponível e literal entre nós.

E as epístolas pararam, tempos depois, junto com esse amor juvenil. Não de repente, mas como se aos poucos o coração fosse se desapegando daquilo que outrora foi tão real. A distância trouxe o esquecimento.

Contudo a ausência não me fez esquecer plenamente dela. Em algumas horas serei um homem casado e tudo o que passa pela minha mente é a imagem daquela Gisele tão livre, tão esbelta, tão minha. Imagino se agora ela está casada e se esse outro é melhor do que eu. As perguntas são inúmeras. E se eu tivesse mantido minhas promessas? E se eu tivesse sido persistente, se tivesse a visitado em sua faculdade, se tivesse continuado a ligar? E se eu tivesse resistido a esse impulso natural de deixar o passado para trás?

O que teria acontecido se nenhum de nós tivesse desistido?




-Absence makes the heart ponder.

sábado, 16 de agosto de 2008

Bisbilhotando

Eu fuço páginas de Orkut, Facebook, MySpace, blogs e qualquer outra coisa que estiver ao meu alcance. E por que não?

É público, eu tenho acesso e disponibilidade. Eu vou mais é olhar o que acontece com os outros. Não que seja lindo o fato de eu fazer isso e tudo mais - nunca é politicamente correto admitir o que todos fazemos, de qualquer forma.

Mas eu olho. Eu futrico, espio e procuro por mais. Porque de que outra maneira eu ia ficar sabendo que ela tá dando em cima daquele cara que eu tô afim?

sábado, 9 de agosto de 2008

Sobre a independência

Ser independente é ter uma chave para infinitas possibilidades. É trancar a porta de casa e sair com os amigos meia-noite e não dar satisfação a ninguém. É se trancar no seu apartamento com quem quiser e se esquecer do resto do mundo. Ou então, é trancar o carro num sábado à tarde numa cidade perdida depois que você decidiu viajar a esmo.

Mas mais do que isso, ser independente é não ter que relatar, responder ou reconsiderar. É ter liberdade adquirida e não ter de abrir mão dessa conquista. É ter a escolha de fazer o que quiser, ter opção, nunca obrigação.

Ser independente é ser quem você é por você mesmo.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Loucura de amor

Era setembro e eu passava as horas a olhar o tempo mudando. Assistia ventos, gotas e luzes. E a minha vida, sempre a mesma. Mas aquela primavera trazia mais que mudanças metereológicas.

Ele havia entrado na minha vida repentinamente. Alguns minutos depois de vislumbrar sua face já era tudo que eu conseguia pensar. Aquele jeito dele de segurar o violão e depois, com aquela voz que me arrepiava, acompanhar a música... Ele havia se tornado a voz na minha cabeça da noite para o dia.

Eu perdia noites de sono encarando seu rosto em fotos, as quais estavam devidamente penduradas em minhas paredes. E antes de observá-lo sob aquele ângulo, um beijo de boa noite em cada uma das imagens, até o dia em que eu pudesse beijá-lo devidamente. Se aquilo era tudo que eu podia ter, então que fosse.

E eu sabia tudo. Seu aniversário, sua cor e comida favoritas e até seus planos e sonhos. Para ser honesta, era capaz de eu saber mais sobre ele do que ele mesmo. E, a cada pequeno detalhe mais, eu morria. A cada vídeo que eu assistia, a cada canção que ouvia, a cada lábio que ele beijava que não era meu.

Eu nutria uma obsessão por alguém que nem conhecia. Ele me matava e nem sabia que eu existia.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

O que Milena disse


― Eu estou amando ― ela disse para si mesma abruptamente, voltando a seus sentidos.

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Milena era uma garota típica de 17 anos, com sua família feita por parentes um tanto quanto doidos e com amigas que só falavam de garotos. Cabelos castanhos que combinavam com seus olhos, estatura mediana e umas gorduras que a incomodavam. Uma garota mediana, exceto por uma coisa: ela nunca tinha amado.

Obviamente que amava seus pais, seus amigos e seu cachorro de estimação, mas a questão é que nunca havia se apaixonado de verdade. Não é como se nunca tivesse saído com garotos ou até mesmo namorado; já tinha passado um bocado de dias segurando mãos alheis. O problema era que não tardava muito a buscar um novo par de mãos.

Mas aquela terça-feira amena era um marco. A rotina era quebrada. Encarava sua xícara de leite intocada enquanto divagava lembrando-se das vezes em que fingira beijar aqueles lábios que almejava e então sentia falta daquela voz grave tão única dele. Imaginava como seria segurar aquelas mãos para sempre e poder se perder naqueles olhos azuis.

― Eu estou amando ― ela disse para si mesma abruptamente, voltando a seus sentidos.

A rotina da indiferença era quebrada. Ela, pela primeira vez, realmente estava amando um garoto, o único garoto para ela, a seu ver. Ela mesma mal podia crer em como ele a tinha salvado de seu próprio ceticismo. E ela seria, enfim, uma garota normal.

Seria, então, não fosse um detalhe. Era como se ela estivesse fadada a se destacar da maioria. Porque era uma minúcia que mudava tudo, tornava a história tão mais inacreditável quanto mais incomum. Milena estava amando alguém que só vira através de uma tela e ouvira através de auto-falantes.

domingo, 13 de julho de 2008

Educação sexual


Sexo. Só o fato de falar essa palavra pode ser um tabu em si. Mas por quê?!

É algo natural que todos fazem mais cedo ou mais tarde, independente de haver acesso a camisinhas ou não. Ou seja, nossas escolas têm, sim, que disponibilizar preservativos, mas não só isso como deve haver também um diálogo, instruções para que quando chege a hora, realmente não haja um risco de DSTs ou uma gravidez indesejada.

Cada um tem a sua hora. O conhecimento e os meios para o sexo seguro não mudam isso. Máquinas de camisinha não vão interferir nessa decisão pessoal - elas só vão garantir que essa decisão não vire o pior pesadelo do jovem.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Limite


Eu comecei a beber quando tinha 13 anos e, desde então, sempre fui conhecida como aquela garota que está sempre com um copo, uma taça ou uma lata de alguma bebida na mão. Já passei por vexames, falei coisas que me arrependi de ter dito depois e já não lembrei o que aconteceu na noite anterior. O álcool já era parte de mim.

Mas a situação saiu dos eixos - dez da manhã parecia tarde para abrir uma garrafa. A rotina era sempre a mesma, também - começaca com um gole e terminava no banheiro ou praticamente desmaiada em qualquer canto. E no único dia em que nada disso poderia acontecer, eu não consegui evitar o contato do copo com os meus lábios e cheguei ao ponto de literalmente nem saber o meu nome.

Era sério; até eu já começava a perceber o meu problema. E tudo ia para outro nível se levado em consideração o histórico de alcoolismo na família. Minha mãe estava determinada a me mandar para uma clínica de reabilitação, mas ela cedeu depois de eu implorar para que não fosse, prometendo não beber mais.

Não vou dizer que nunca mais tomei uma gota sequer, isso seria mentira, mas posso afirmar que nunca mais cheguei àquele estado. E não é por isso que nunca mais me diverti. Tenho experiência suficiente para dizer que o problema não está na bebida, mas em como se bebe. Não digo que não se deve beber, só deve haver uma certa moderação, como tudo na vida. Porque, de verdade, aquela linha tênue, uma vez cruzada, da maior diversão que você tem, pode virar seu pior problema.

domingo, 6 de julho de 2008

"Love is watching someone die"


I'll always remember today as the day when my grandfather died.
It must have been about 3am when the phone rang with the news. It was before 6am when my father left for his funeral, 600km away, leaving wife and daughters behind. There was no need for everyone to go. And the only reason he went through all that trouble was because it was what you could call an obligation.

The saddest thing about this event was not death itself, but how he was not mourned. Not by his grandchildren, not by his son. When he needed them, there was no one around because that's what he brought upon himself.

Everybody dies. What can actually be different is if you are going to have someone by your side just before you do, someone who hopes you make it, someone who holds your hand. The meaning of life is not life itself, but it's something we find in death.

sábado, 28 de junho de 2008

Sobre os cafas


Não há como negar - é dos cafajestes que elas gostam mais. E não é que não sonhamos com aquele cara doce que manda flores e abre a porta para você. A questão é que sonhamos que o cafajeste se torne, por nossa causa, esse homem perfeito.

Porque não importa o que digam. Aquele frio na barriga por causa da dúvida do "será que ele me ama mesmo?" é impagável e totalmente necessário. Noites sem dormir, pensando nele e se ele está pensando em você é que tornam a paixão algo tão gostoso de sentir. Afinal, o que seria desse sentimento se não fosse esse mar de incertezas?

Para resumir, precisamos daquela loucura e sofrimento que só o cafajeste consegue trazer para as nossas vidas. A verdade é que, no mundo real, o príncipe encantado só é bom quando tem aquele toque de lobo mau.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Certificado de efemeridade


Sinceramente, tatuar seja o nome o ou rosto da pessoa que se ama não passa de uma loucura de amor, e no pior dos sentidos.

Quando se faz essa tatuagem, não dá para dizer se vai ser eterno - a resposta só vem no fim de seus dias. Mesmo que pareça verdadeiro, mesmo que pareça que vá durar para sempre, de fato, não tem como saber. É apenas mera estupidez, futuro arrependimento.

Esse ato não reforça sentimentos, não reforça qualquer coisa. Se esse suposto amor existir, ele permanecerá lá independente disso. E se tudo não está indo tão bem, outro motivo para não fazer isso.

Enfim, quando você tiver seus 60 anos, casada, com filhos e netos, não vai querer ter o nome de outra pessoa gravada em você. Tatuar-se é algo sério demais para que seja feito no ímpeto de uma paixão passageira, porque ela vai embora, a pessoa vai embora e tudo mais é deixado para trás - menos a tatuagem.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

No one to watch

Alcohol to celebrate
This completely great date
While I sit and contemplate
My tragic and morbid fate.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Ambigüidade


Então ocorreu a Gregório que talvez as coisas eram necessariamente o que aparentavam. Ele sabia, ele sabia o que ele tinha visto e pronto. E nada de planos, só havia espaço em sua vida para uma única reta. Mas ainda havia a dúvida, uma secção interna que o matava. Eram duas vozes que duelavam como bestas atrozes, dilacerando a garganta uma da outra, famintas por vermelho.

Ele andava incessantemente de um lado para o outro daquela pequena sala, como se seus passos fossem resolver o turbilhão interior de sua atormentada alma. Ele não sabia em que acreditar, e tomar um vento na sacada naquela tarde ensolarada não era a resposta. Mesmo.

Sentou-se e olhou para o infinito. Nada. Voltou aos seus sentidos, endireitou-se e, com um suspiro pesado, viu-se resoluto. Depois de horas a pensar, enfim tinha a resposta àquela dualidade que o consumia. Melhor ausentar a lâmina e sua respectiva imundícia. Nada mais romântido do que literalmente fazê-la perder o ar.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Dia dos Solteiros


Me chame de amarga ou recalcada, pouco importa - continuo desgostando o famoso "dia dos namorados". Sinceramente, quer motivo mais descarado para que comerciantes lucrem a partir de casais cegos de paixão? Além disso, é inegável que é motivo de certa tristeza praqueles que ainda estão sozinhos.

Abaixo tudo isso! Tem de haver a criação de uma nova data, uma que realmente faria uma diferença nessa sociedade - o dia dos solteiros. Isso é que faria uma diferença e seria realmente divertido, sem contar que não

Imagine só! Festas, baladas promovidas em função dessa parcela desfavorecida no tal dia. Tudo para que você possa se divertir e, talvez, achar sua metade da laranja. Quer comemoração mais proveitável?

Enfim, não gosto mesmo do atual 12 de junho, mas venho aqui propor essa idéia. Então, solteiros de plantão, avante à difusão dessa nossa data!

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Saudosismo


Se pudesse escolher alguém para renascer, teria de ser Audrey Hepburn, com todo seu charme e coração só menos doce que as histórias a que deu vida.
Simplesmente porque ela não só interpretava com talento inigualável verdadeiros contos de fadas, mas o mundo precisa também do seu olhar cativante e seu ar encantador que buscavam fazer o bem sob qualquer circunstância.
Faz falta ver o viver como algo mágico. Como faz!

domingo, 18 de maio de 2008

Cotapeação


Tenho de admitir que sou totalmente contra o tal sistema de cotas para negros nas universidades. Ao meu ver, não passa de uma paliativo por parte do governo para evitar ter de mexer na estrutura deficiente da nossa educação, concedendo privilégios a pessoas que manifestam um certo fenótipo.

Não há diferença entre uma pessoa branca ou índia que também não teve acesso a um bom ensino, mas elas absurdamente não terão a tal prerrogativa por causa da cor da pele. Além disso, alunos que entram por esse sistema dificilmente conseguem acompanhar outros estudantes que entram na universidade por mérito próprio, já que tiveram de estudar muito mais para estar lá.

Enfim, outra piada do nosso governo para não gastar em verdadeiras melhorias na educação o mesmo dinheiro que eles embolsam. Precisamos é de alunos que saem do ensino médio de uma escola pública e consigam por si mesmos competir com alunos de escolas privadas, independente da cor.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Até que a vida os separe


Por algum motivo, nunca fui igual à maioria das garotas. Nunca sonhei em casar, de véu, grinalda e aquele vestidão branco. E aí diziam que eu cresceria e pensaria, então, em me casar e ter filhos, porque é um sentimento inato, mesmo que demore a aparecer. Bem, já se passaram 18 anos e, se qualquer coisa, esse sentimento parece cada vez mais difícil de aparecer.

Não vou ser hipócrita - é claro que eu sonho em encontrar aquele meu grande amor! Porém isso nunca se transcreveu num desejo de ver rostos se virando enquanto eu entro numa igreja. A tal sonhada de história de amor de forma alguma parece mais bonita quando envolve casamento, pelo contrário, parece algo mais racionalizado e que aquela paixão foi perdida.

Quem sabe um dia eu seja convencida do contrário, mas até o presente momento, posso afirmar com convicção que tudo isso não passa de uma instituição da qual não preciso para ser feliz.

domingo, 11 de maio de 2008

407


She was crying as she got on her 4-o'clock bus. But no, those weren't tears of a sad girl -- if anything, she was full of indifference. That salty water was simply a physiological reaction in order to keep her eyes wet, as the cold wind out there always seemed to make them too dry. Tears were a way for chemical balance, a rational occurrence that left no room for other forms of interpretation.

After a quick scan around the bus and noticing that, apart from strange guy in the back, she was alone, she sat on her regular spot and looked out the window. She turned her MP3 player on and put it on shuffle -- whatever fate brought to her was fine.

It was such a beautiful cloudy day, yet there she was. The first song that came up matched her emptiness perfectly. The meaningless beats and meaningful words. She listened carefully to a couple of lines until it all became just a melody in the background of her mind.

She looked at the couples holding hands on the sidewalk and all the smiles and all the signs of love. She looked at the groups of friends that chatted and laughed as though life was something to only be cheerful about. And she couldn't understand it. Because everyone left. At some point, no matter what, people just left, and then life was just about disarrays when they were gone. They left and took with them everything, leaving behind something emptier than vacuum.

She missed being one of those people she was watching. She had a spare seat next to her that would never be taken.

And there they were, those familiar tears. They ran down her cheeks towards her shirt like a river flowing to the ocean. Only that this time they were a reaction that proved she had it all wrong. It wasn't nothing - it was loneliness.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Araguaia


Ele encarou a tela do seu computador novamente. Aquelas fotos traziam dias tão distantes para tão perto. E enquanto os slides passavam, ele desejava que tudo tivesse acontecido diferentemente.

Fazia 12 anos, mas aquelas fotos dela provavam que ela continuava a ter o sorriso mais belo de todos. O tempo não havia apagado sua mágica. Ele olhava a sua velha paixão e se perguntava se ela se lembrava dele, se alguma vez procurou saber dele, se ainda tinha qualquer carinho por ele, como ele percebia que ainda tinha por ela.

O que ele mais queria saber era o que teria acontecido se ele tivesse mudado junto dela. Será que teriam evoluído aquela paixão com o tempo? Será que seriam agora pelo menos amigos? Será que ela teria reconhecido ele, ontem, quando se cruzaram? Será?

Ela tinha mudado. Mas ele também. Só que estavam em pólos antagônicos, separados pela distância, pelo tempo, pelo destino - o mesmo perverso destino que os tornara perfeitos estranhos. A vida, isso é. Cava trincheiras impossíveis de ser preenchidas novamente e sem possibilidade de pontes, mas que são cercadas de dúvidas.

Era patético, mas era assim que ele se sentia ao olhá-la de novo. Era ele sendo criança novamente, era ele vislumbrando algo sem nexo. Mas aquelas fotos eram tudo que ele sabia dela agora e não era pra ser assim. Não mesmo. Ele sentia falta do que um dia já tiveram, mesmo que isso não significasse nada para o que ela era hoje. Ele sentia falta do que eles poderiam ter sido.

domingo, 4 de maio de 2008

O Bar - Parte III


Com desnecessárias cerimônias, ele desculpou-se pelo atraso e achou-se perdoado mais rapidamente do que ela intencionara. Era só que aqueles olhos lhe faziam ouvir coisas.

Sentaram-se distantes dos outros e próximos um do outro de maneira que o inesperado por ela era iminente. Rasgavam-se em sorrisos e toques e cada segundo a mais ao lado dos drinks que haviam pedido era um segundo a menos até que se desfizessem em seus próprios gargalos. Eram veemência contida.

Abriu os olhos. O sino soava e era mais um dia frio de inverno que tornaria suas narinas rubras ao passo que o ar secaria seus olhos. Tratava-se de mais outro sol com chuva interna. Não haveria desdobramento daquela cena. A realidade ecoava na forma de alarme.

O mundo imaterial nunca viria a concretizar-se, era trevas que recusavam-se ser ofuscadas. Ela estava decidida a ter idéias hoje que se tornariam algo grande amanhã. Ela deixou que fosse criada para ela a ilusão de que a utopia era a medicina da vida. E que ledo engano pensar que seria fácil sonhar...

quarta-feira, 30 de abril de 2008

O Bar - Parte II


Não, não era. E outra vez o que chamava de visão ocorreu-lhe mais como algo traiçoeiro do que ferramenta útil. Lentamente retomou seus sentidos e mais que depressa ordenou que lhe servissem outra bebida. A noite seria longa demais e outro episódio curto de sua batalha de querer e precisar.

Grãos de areia unidos por um calor intenso refletiam com meia alma o que ela sabia que passava despercebido aos que lhe rodeavam. A sua fidelidade novamente era algo desleal consigo mesma. Atestar derrota era uma vitória em si, àquele ponto. Mas uma continuidade de diálogos era o que lhe restava.

O espelho, a preocupação, tudo era em vão. Esforço claramente desnecessário para um borrão. Levantou-se e dirigiu-se à porta. Era incrível como aquela saída era tudo menos um escapismo que ela tanto desejava. E, certa de inconvicções, apertou o passo, mais frouxo do que aquilo que batia dentro dela.

Com um cumprimento inesperado de outrem cuja voz ressoava como canção de longa data, exaltou-se por uma dúzia de segundos até que vislumbrou o que se passava: era ele. Ele e seus abraços, além dos mil encantos.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

O Bar - Parte I


Ela olhou-se mais uma vez naquele espelho retangular sob a luz forte que incidia a fim de melhorar a visualização. Mal podia conter aquele riso que automaticamente surgia na esquina de seus lábios. O cabelo estava longe do que gostaria que estivesse e a sombra poderia estar melhor, mas tudo bem. O sorriso tornava a aparecer. Não havia mais tempo, era hora de ir. Ah, frio na barriga! Só checou uma última vez seu semblante. Ela sabia que estava bonita, mas a vida é cheia de surpresas. Ela queria certezas.

Mais tarde, banquetas e mesas sob meia-luz. Era a penumbra de amantes. Agora ela esperava e, mais ainda, desejava tornar-se a metade permanente daquele coração. Todos os sinais eram positivos, mas, depois de três anos passando por essa agonia, era uma ansiedade negativa que tomava-lhe corpo e alma.

Olhou ao redor. Seus amigos estavam todos lá e ela só queria a presença de quem não via. O líquido amarelo percorria sua garganta como um rio corre tranqüilo pelo seu leito. A bebida caía-lhe bem em meio a essas agitações internas que, vez ou outra, tornavam a manifestar-se por fora com seus tremores e tonturas que só os tragos a seguir fariam-na melhor.

No seu murmúrio, uma velha melodia. À frente, cabelos negros e aquele semblante que sabia de cor. Encarou melhor. O coração acelerou mais que nunca.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Sobre o mal


Somos acostumados, sim, com o mal, mas não por haver pessoas que cometem atrocidades como causar a morte de uma menina de cinco anos, prisão de adolescentes em carceragens impróprias, mas porque, acima de tudo, há muitas vidas em situações ainda piores e não fazemos nada.

Mesmo depois de 120 anos de abolição da escravidão, ainda encontramos pessoas submetidas a isso. Temos os bóias-frias, por exemplo, que são claramente trabalhadores em condições desumanas e explorados.

Além disso, vemos a corrupção, os roubos que nossos governantes realizam, mas ainda assim não há alguma agitação para que se exija algo melhor que "ele rouba, mas pelo menos faz".

O que nos caracteriza como coniventes em relação ao mal é essa apatia. Selecionamos alguns casos isolados e, só porque nos importamos com esse, é como se nossa alma fosse lavada. Não é. O mal continua reinando arbitrariamente.

sábado, 5 de abril de 2008

Entre roupas


Ser chique e andar na moda são duas coisas distintas, podendo até ser antagônicas. Não é porque a pessoa está totalmente na moda que ela não pode vir a ser cafona e não é porque a pessoa não segue as últimas tendências que ela é brega.

O melhor é se vestir do jeito que quiser e se sentir bem. Existe um parâmetro, existe um conceito, mas seguir isso é escolha de cada um. Mesmo porque a roupa que usamos é uma das formas mais sinceras de nos expressar ao mundo.

Não adianta nada ser hype e não se sentir bem com isso. Usar um vestido lindo Dolce&Gabbana e existir um incômodo. O brilho é esmorecido e a moda deveria fazer justamente o contrário.
Chique é vestir uma camiseta e uma calça e não se importar com o resto do mundo.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

O passado é o futuro com as luzes acesas


Enquanto eu voltava para casa hoje, o céu estava num preto alaranjado por causa das luzes. A janela tinha sua visibilidade limitada pela água que não paravam de cair, formando filetes de gotas. As árvores balançando com o vento. E aquilo tudo refletia, talvez, o que eu escondo dentro de 1m61cm.
Era o meu arredor refletindo o que eu sentia e vice-versa.
Eu sou romântica. E no sentido mais byroniano possível.

Porque o que me cincundava antes não era nem um pouco mais claro. Porque aquela chuva fraca bem que demonstra o que eu tento não ver em mim.

Eu vivo um Transatlanticismo enquanto eu queria alguém no banco do passageiro.
E eu posso ser bela, mas eu não significo nada.

sábado, 29 de março de 2008

Diferença cultural


Há coisas que funcionam aqui que não funcionariam lá fora, e vice-versa. Brasil versus mundo.

Na cultura liberal holandesa, onde há a maconha legalizada e o Distrito da Luz Vermelha, com mulheres quase nuas em vitrines, a permissão de sexo em locais públicos (com suas devidas restrições) não passa de banalidade. Cada qual admite o que é e não existe diferença entre as aparências e a realidade.

Mas, na cultura brasileira de falso moralismo, isso é impensável. Seria motivo de choque e discursos fervorosos sobre a indecência da situação. Porque aqui muita gente fuma maconha, usa serviços de protituição e faz sexo em público - mas Deus nos livre de alguém descobrir!

domingo, 23 de março de 2008

Is2Internet


Suposição - eu desligo meu computador lá pelas 3h da manhã, depois de passar um tempão no MSN e, quando acordo no dia seguinte, descubro que a internet foi tirada do alcance de todos. Tão rápido como num click.

A princípio, eu iria surtar, descabelar e achar aquilo um absurdo. Mais tarde, eu também acharia isso. E de jeito nenhum viria a me acostumar. O que acontece é que não é que eu sou dependente ou viciada nesse meio, mas é que...é impossível você querer entregar de mão beijada uma conquista que você conseguiu.

É assim - o processo de evolução do homem levou milhares, senão milhões, de anos para que chegássemos ao ponto de haver essa intercomunicação a que damos o nome de internet. Era inconcebível o fato de uma pessoa conseguir se comunicar com outra do outro lado do mundo, mostrando fotos, ou mantendo uma conversa com vídeo. Batalhamos demais para chegarmos a esse patamar para aceitar que isso acabe de uma hora para a outra.

O ser humano se acostuma com tudo. Menos com um benefício que lhe foi concedido e depois tirado.

terça-feira, 18 de março de 2008

Questão de fé


Toda vez que me perguntam qual a minha religião, a resposta é um sufoco só. A minha crença, em si, não é complexa - difícil é eu achar as palavras certas para traduzir esse pensamento. Discutir religião nunca é fácil.

Eu não sou atéia - acredito em Deus ou numa força maior, chame como quiser. Acredito nesse poder maior e que somos todos regidos por isso, de certa maneira. É necessário ter fé, em certos pontos da vida, é o que nos faz continuar.

Mas não conseguiria algum dia crer na instituição Igreja ou qualquer coisa do tipo. Toda a História mostra como tantos foram manipulados por ela e, apesar de serem outros tempos, pare e olhe para a nova geração de igrejas evangélicas - é evidente a semelhança.

Não acredito em Sexta-Feira Santa nem em Páscoa. Existiu o Jesus que teve, pelo menos, seu nascimento e sepulcro, mas o dia depois da Quaresma, duvido que corresponda à realidade. Vivemos num mundo corrompido aonde tudo vira comércio, e adivinhe só o que está totalmente ligado a essas datas... Quem acertar ganha um ovo de chocolate!

segunda-feira, 17 de março de 2008

Aspiração à declaração


Não adianta tentar manter a posa 24 horas por dia, sete dias por semana. Vai chegar aquele dia em que o que se passa dentro de você extrapola o que você pode sentir, é inevitável.
E, sabe, às vezes está tudo bem em não estar tudo bem. Mesmo que isso signifique admitir que você é mais coração que carne e osso.

Tudo bem eu dizer que sonhei com você noite passada e que você nem me vê pelas ruas enquanto eu lhe procuro.

segunda-feira, 10 de março de 2008

O Adeus


Era mais uma quinta-feira com todo seu respeitoso marasmo, nada a acrescentar, nada a tirar - um verdadeiro disperdício de juventude. Eu não tinha vontade de escrever em diários ou ouvir músicas de amor. Apesar de parecer que eu era novamente vítima da rotina, existia algo por dentro diferente - não que eu tivesse notado, a princípio.

Levaram dois céus estrelados, algumas tragadas e diversos tópicos inusitados até que eu piscasse e percebesse que ele era errado para mim e que talvez eu já tivesse visto isso ainda antes, porque reparei que o nome dele não me dava pontadas agudas por dentro fazia algum tempo. Ele tinha me ajudado a crescer, mas essa borboleta já estava pronta para voar - para longe.

Custou-me a acreditar, porém, que todas aquelas juras de amor e alma-gêmea tinham sido extinguidas - não seria a primeira vez que eu diria ter desgostado quando na verdade ainda existiam resquícios, que mais tarde fariam toda a paixão voltar à tona. Mas era verdade. Nada como viver e ver a lua mais uma vez.

Ele me provocou e eu dei um soco fraco em seu braço, como se fôssemos duas crianças de 2ª série. Ele se desculpou e me abraçou, como ato máximo de indulgência - e foi aquele mesmo abraço que atestou a inexistência de qualquer coisa. Não foi paixão, não foi ódio - estar nos braços dele significou apenas indiferença. O que antes me faria sentir as voltas que o mundo dá, foi mais um toque qualquer. Sem entender muito bem, foi um pedido sincero para que eu voltasse a ser.

Foi quase um ano de angústia, mas acabou. Para sempre.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Derrotismo


O comunismo só seria bom se todos nós realmente fôssemos iguais. Mas o que fazemos desde o dia em que nascemos é justamente o contrário - tentamos ser diferentes uns dos outros e nos destacar na multidão. Cada um é cada um, cada qual com as suas vitórias - tentar suprimir isso é perda de tempo.

Imagine que você estude, estude, estude para uma prova e acerte tudo, mas depois fique com a mesmíssima nota daquele seu colega que não faz nada durante a aula e sequer acertou uma questão. Isso é o comunismo. É estabelecer uma igualdade aonde deveria prevalecer o mérito de cada um. O que importa é competir, mas qual seria a graça de uma competição se não houvesse um ganhador?

Isso tudo sem mencionar que ele nunca pôde ser implantado - sempre houve alguém que foi um líder, portanto, socialista. É algo totalmente utópico e idealizado por aqueles que não conseguiram ser bem-sucedidos.

O universo, desde seus primórdios, é regido por essa lei aonde o melhor prevalece. Darwin já atestou isso. A relação competição-evolução é inegável. Em outras palavras - o comunismo é tentar ir contra a própria Natureza.

terça-feira, 4 de março de 2008

Guerra pela fama


A verdadeira questão não é o que se faria pela fama, mas o que não se faria por ela. Estar em evidência é o que todos querem. Não adianta se dizer que se quer uma vida sossegada, que não chame atenção, livre de boatos e comentários - na verdade, são esses mesmos rumores que nos fazem sentir importantes. No final do dia, o dito "falem bem ou falem mal, mas falem de mim" não poderia expressar melhor essa vontade interior de se destacar exteriormente. Pior que ódio, só a indiferença.

E tudo vale a pena para que o ego esteja mais confortável. O amor próprio é o verdadeiro amor de nossas vidas. E sabe o que dizem - "no amor e na guerra, vale tudo"! Então mãos à obra - vou insistir e insistir com a editora pra que isso saia na Capricho!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Sexo ou amor

O cheiro dele estava em mim assim como seus dedos estiveram há pouco. O que nos unia era aquela cama e outras pequenas coisas mais. Foi bom enquanto durou. Só.

Depois, talvez, fui atingida por uma ressaca moral, mas aquela embriaguez de luxúria teve outro aspecto - eu estava frágil, eu só queria esquecer quem eu amava. As mãos do meu amante na minha cintura, nos meus braços, no meu rosto e em todo lugar mais. Quem precisa do Daniel e suas rejeições? Quem precisa de amor?

É a vida. Não a encontrei no que chamam de amor, então a busco em quaisquer outros lábios.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Oi, quer tc?


Amizade virtual é assim tão impessoal e pessoal como ouvir uma música ou ler um texto com os quais você se relaciona. Simples, baby!

É distante, não se conhece a pessoa que escreveu aquelas linhas. São tantas e tantas palavras e nem tem como saber se correspondem com o que a pessoa que as escreveu sente. Não tem saída - é uma questão de se deixar ser cativado por aquilo que foi lido e ouvido ou não.

Porém as emoções fluem mais facilmente; não é tão complicado chorar ou sorrir como frente a alguém. Mesmo não podendo tocá-la, é reconfortante saber que há uma pessoa que lhe entende de alguma forma.

Mas existe sempre o desejo de querer se aprofundar e ser próximo do coração e do rosto de quem criou tudo isso, daquele alguém que esteve com você em tantos dias. E essa é justamente a parte mais traiçoeira...

No fim, é como uma complexa relação de intimidade distante. Sabe?

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Amy Winehouse isn't just a wine-head


O Grammy premia quem é bom na música. Só. Essa coisa toda da imagem do artista é um caso à parte. Ninguém do comitê está premiando a pessoa por ser um modelo moral ou do tipo, mas premia-se pela capacidade e talento como músico. Ponto. O resto é o resto; que a mídia tome conta dessa parte.

E não é que Amy Winehouse não dê o valor que supostamente deveria dar ao que conseguiu - é que ela é tão boa no que faz que deve pensar que é algo natural, uma mera conseqüência. Obviamente que nesse ramo se depende muito de sorte também, mas para que fazer disso tudo um evento nacional? Cada um é cada um e reage da forma que bem entender.

Além disso, existe muita gente envolvida com drogas e música e que nem por isso faz sucesso. Se ela chegou aonde chegou é porque tinha alguma coisa a mais. A música dela não toca incessantemente nas rádios porque ela é usuária de drogas.

E, quanto ao fato de sempre se referirem a ela como um mal exemplo, a verdade é que existe o livre arbítrio justamente para isso - para cada um fazer a escolha que quiser. Se Amy quer se drogar, beber até cair, o problema é só dela, e se alguém quiser tê-la como modelo, o problema é dessa pessoa também. Existe sempre o bem e o mal, o bom e o ruim - cabe a cada um julgar o que convém. Inclusive à banca do Grammy.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O post adverte


O uso da maconha faz mal à saúde, salvo quando medicinal, e tal erva é proibida no país.

O irônico disso tudo é que o álcool, bem como o cigarro de nicotina, também faz mal à saúde, sendo que o primeiro pode ainda ser um alucinógeno e sob nenhuma hipótese oferece alguma vantagem.

Se tais substâncias são disponíveis, por que não esta também, especialmente se pode ser tão benéfica para idosos que precisariam dela, por exemplo? Se é pretendida uma liberação restrita, sem implicar uma massificação de sua produção ou de seu consumo. Remédio natural.

Além do mais, a verdade seja dita: nesse país já é mais do que do conhecimento geral que todos têm acesso à ela na medida em que se quer. Essa situação toda não passa de uma tremenda hipocrisia que só gera controvérsia. Todos já sabemos que o ópio da população está longe de ser a maconha.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Entre ela e eles


Era tudo igual. Ela tinha cometido aquele mesmo erro novamente – o que estava pensando ao beijar seu melhor amigo? Era verdade, ela nutria sentimentos únicos por ele há oito meses e ele que tomou a iniciativa, mas aqueles drinks não deveriam ter deixado que ela finalmente se rendesse, justamente por causa do que vinha a seguir - ele iria partir seu coração.

Ele segurava as pequenas mãos dela nas suas e media cada palavra antes de dizê-la. Ele odiava aquilo, mas tinha de fazê-lo. Suspirou à procura de coragem e só lançou: "Eu sei o que aconteceu... mas eu não posso continuar. Às vezes eu fico com alguém". Ela não queria saber, porém era mais forte do que ela mesma: "Quem é?". Ele receava essa pergunta: "...aquele meu amigo que sai sempre com a gente".

A amizade deles era mais forte que isso; eles seguiram melhores amigos. Mas isso nunca significou que não era muito mais do que ela podia suportar – a pergunta "por quê?" nunca saiu dela. Nunca.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

22 horas


Eu não tenho um problema, eu tenho uma solução! Se o mundo por aí está decadente, o meu universo são flores constantemente. A criminalidade está alta e não é seguro vagar sozinho noite afora, mas se algum ladrão me visse, era capaz dele me ajudar. Se a vida pode ser pacata demais por vezes, não tem um momento que não estou com um sorriso estampado.

Só porque eu gasto muito do meu dinheiro nisso! E daí? É meu dinheiro! Trabalho todo santo dia justamente para que depois disso eu tenha condições de manter isso. Além do mais, minha saúde vai muito bem, obrigado - estou melhor até do que você.

Sim, às vezes falo coisas que desejaria não ter dito, às vezes faço coisas que não deveria fazer, mas todos cometem erros. O arrependimento sequer faria sentido se não existisse toda essa situação. Estou perfeitamente de acordo com os padrões estabelecidos universalmente.

Não consigo entender, doutor, por que estou nesta clínica de reabilitação!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Contra o arrependimento do arrependimento


Se arrependimento matasse, a humanidade estaria extinta. Mesmo que se diga que não se arrepende de nada na vida, existiu em algum ponto, pelo menos, algum remorso.

Mas antes fazer e depois se arrepender do que não viver a vida ao seu extremo e ter sempre aquela pergunta "e se...?" martelando no fundo da consciência. É errando que se aprende - qual a graça em acertar todas as vezes? São daquelas bobagens que rimos mais tarde, não dos acertos.

Pode até ser sincero esse arrependimento, mas ele faz parte, assim como o erro, de todo um processo que molda cada um - é parte do crescer.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Indignidade


O desejo de ser notado é uma certa vaidade do ser humano. É tão natural quanto amar ou sentir saudade. Como tudo isso, quando levado a um extremo, porém, é que vem a ser uma questão mais alarmante.

Não existe qualquer mal em querer fazer parte de um reality show e ser conhecida no país inteiro, mas é inegável que há um grande problema quando o que se faz para chegar lá ultrapassa os limites do bom senso e atinge níveis inéditos do ridículo.

Mais estúpido do que tal comportamento é ainda dedicar esses 15 minutos de fama a pessoas tão não merecedoras. Não é à toa que ela não foi escolhida! A questão é por que ainda engrandecem algo tão abjeto.


Link para referência

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Princesa do Pop


Era uma vez uma princesa que ficou famosa ainda quando criança. Era a realização de um sonho - o de sua mãe, não o seu.

A garota então cresceu sob certos holofotes, mas quando completou seus 17 anos ela foi coroada, já era famosa internacionalmente. Vivia também seu grande amor.

Até que terminaram, sem muitas explicações. E, talvez para livrar-se de sua possível tristeza interna, passou a dedicar-se mais a festas e namoros escandalosos, e até mesmo um casamento relâmpago. Tudo devidamente publicado aos 6 bilhões de pessoas do planeta por algumas que nunca a deixam em paz.

Mas isso pareceu que ia ter um fim quando a princesa casou-se de verdade com um plebeu. Teve dois filhos, suas maiores felicidades até então.

Exceto que, como o plebeu só queria ser príncipe, não era amor e acabou. A única coisa que ainda lhe dava motivos para sorrir lhe foi tirada - a princesa foi privada de seus próprios filhos.

Aí ela realmente se afundou em bebidas, narcóticos e escândalos. Engordou e até raspou o próprio cabelo. Ameaçou e tentou oferecer dinheiro ao pai para que pudesse ficar com a guarda das crianças. Mas não deu certo - foi internada. E tudo isso acontecendo com no mínimo dez pessoas ao seu redor com seus respectivos milhares de flashes e gritos no seu ouvido.


Esse é um conto-de-fadas que ninguém conta. Britney Spears apenas sofre com exposições indevidas e críticas, sem que ninguém olhe para seus motivos, suas dores e suas mágoas. Tudo que ela queria era apenas ser como eu e você.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Quem cola só sai da escola


Você vê um colega abrir o livro e copiar o que ali consta. São transcritos trechos em papéis minúsculos com caligrafias menores ainda. Assiste a ele gastar tempo pensando aonde esta tira pode ser escondida e suar de medo porque ainda existe a possibilidade de ser pego. E, por fim, percebe que quando ele recebe a prova, nota que foi tudo em vão - nada daquilo que ele reproduziu foi necessário ao que se pediu na prova.

Fato é que, mesmo que aquilo tivesse sido útil, seria algo imediatista somente - ajuda em uma prova e pode garantir o seu diploma, mas jamais servirá para um vestibular ou no exercício de uma profissão.

É um esforço incrível e, no fim, inútil. Acaba por ser imensamente mais simples abrir um livro e aprender de fato! Mesmo porque, não é para isso que se vai à escola?