segunda-feira, 10 de março de 2008

O Adeus


Era mais uma quinta-feira com todo seu respeitoso marasmo, nada a acrescentar, nada a tirar - um verdadeiro disperdício de juventude. Eu não tinha vontade de escrever em diários ou ouvir músicas de amor. Apesar de parecer que eu era novamente vítima da rotina, existia algo por dentro diferente - não que eu tivesse notado, a princípio.

Levaram dois céus estrelados, algumas tragadas e diversos tópicos inusitados até que eu piscasse e percebesse que ele era errado para mim e que talvez eu já tivesse visto isso ainda antes, porque reparei que o nome dele não me dava pontadas agudas por dentro fazia algum tempo. Ele tinha me ajudado a crescer, mas essa borboleta já estava pronta para voar - para longe.

Custou-me a acreditar, porém, que todas aquelas juras de amor e alma-gêmea tinham sido extinguidas - não seria a primeira vez que eu diria ter desgostado quando na verdade ainda existiam resquícios, que mais tarde fariam toda a paixão voltar à tona. Mas era verdade. Nada como viver e ver a lua mais uma vez.

Ele me provocou e eu dei um soco fraco em seu braço, como se fôssemos duas crianças de 2ª série. Ele se desculpou e me abraçou, como ato máximo de indulgência - e foi aquele mesmo abraço que atestou a inexistência de qualquer coisa. Não foi paixão, não foi ódio - estar nos braços dele significou apenas indiferença. O que antes me faria sentir as voltas que o mundo dá, foi mais um toque qualquer. Sem entender muito bem, foi um pedido sincero para que eu voltasse a ser.

Foi quase um ano de angústia, mas acabou. Para sempre.

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