segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Química pessoal


Eu não sou de ferro. Não sou de ferro, nem de platina, nem de diamante. Sou apenas eu, na minha perfeita antítese de levar quem me vê a penas que eu sou de metal mais forte que cálcio ao passo que sou mais frágil que composto instável. Não sou tão forte ou resistente.

Mais a fundo, meu principal elemento é um romantismo inveterado. Água e sais saem dos meus olhos por mais vezes do que permito verem, bem como a paixão acomete-me de forma deveras mais concentrada do que transpareço. Procuro minha atração magnética, embora sempre acabo por repelir de forma não natural aquilo que só me completaria.

Não só isso mas como envergonho-me de não possuir nem um mol da sinceridade que gostaria de ter, apesar de fazer tantas críticas ácidas.

Além disso, encontro-me em uma busca pelo básico e não consigo saber se sou realmente tão diferente como me sinto por vezes ou se não passo de mais uma garota neutra em meio a suas precipitações.

A verdade é que, independentemente das minhas reações, sou mera equação não balanceada.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Resoluções Parisienses


Se eu fosse a Paris Hilton, esta definitivamente seria a minha lista de cinco resoluções para 2008:

~Beber e dirigir mais (ao mesmo tempo,de preferência) e ser pega (outra vez);
~Não usar roupa íntima;
~Ter um casamento relâmpago em Vegas com algum desconhecido por estar bêbada demais;
~Fazer todos pensarem que eu estou grávida, em dado momento;
~Criar algum conflito familiar.


Porque está realmente difícil concorrer com a Lindsay Lohan, a Britney Spears e todas as outras nos tablóides. A única coisa que mais chamou atenção neste ano foi o escândalo todo da prisão. E todos nós sabemos que ela quer mais, muito mais, do que isso.

domingo, 25 de novembro de 2007

Razão de Blog


Qual a graça de ter um blog de pouca relevância e mínimos acessos? E qual a graça de ter alguns textos seus publicados na maior revista adolescente do país?
Apesar de escritora, diante de tais perguntas, qualquer coisa mais que eu fale é simplesmente supérflua - os motivos para amar fazer parte deste grupo seleto são tão incríveis quanto infindáveis!

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Soneto Indagatório

O dilema entre o certo e o errado,
Questão entre a razão e a emoção,
É esse medo errôneo canalizado
Em dúvida que exprime indecisão.

Todo suspiro está exasperado,
Cada pegada já não é canção:
É a agonia que tem demonstrado
A maleficidade da questão.

Até descobrir aonde eu estou,
A estrada tortuosa por aí vai
E todo esse tempo virou breu.

A pergunta se tornou o meu vou,
O futuro é destino que distrai.
Eis uma delonga que não morreu.


14.maio.2007

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Presente de Natal


Não rogarei por alguma outra paixão minha para que me ame como nunca amou outro alguém - é o meu pedido de todos os anos e eu nunca o recebo, de qualquer forma. Tampouco suplicarei por algum amor verdadeiro, seja de alguém que já gosto ou de alguma outra pessoa que possa surgir em minha vida - as estrelas cadentes já estão fartas de tais palavras.
O que poderia pedir, talvez, seria felicidade e sucesso, mas essas são coisas que são alheias a desejos, dependem de mim.

Este Natal é diferente, eu já sou outra pessoa. Aprendi que pelas desilusões desses anos que amor não é algo que se pede, mas que se acontece, na hora e no lugar em que estiverem destinados a ser.
Neste 25 de dezembro apenas pedirei esperança - quero continuar acreditando que existe uma hora e um lugar para mim.
Jovem


Tu falas e pensas que és sábia, tu cantas e acreditas ser rouxinol, tu danças e achas que o mundo treme aos teus pés.

Mas, Jovem, o sol não nasce toda manhã para brilhar para ti, é para todos nós. As estrelas estão no céu e todos nós podemos vislumbrá-las, não só os teus minúculos olhos. Somos todos capazes de alcançar patamares inimagináveis em dado momento e esquece-te de que estar sob tímidos holofotes noite e outra não faz de ti divindade.

Tudo é passageiro e furtivo: teu sorriso, tua beleza, tua vida. Somos insignificantes perante planetas e galáxias, e é de uma audácia imensurável pensar que todos derramariam-se em lágrimas por vontades patéticas tuas. Surpreender-te-á como tal tua vaidade tirará de teus braços aqueles poucos dois ou três que ainda suportam tua arrogância.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Estado minimalista


Garota põe sua melhor roupa, passa seu melhor perfume, combina com todos os seus melhores acessórios e sai para passear. Vai de transporte público e logo depois caminha pela avenida mais movimentada de sua cidade sozinha, rumo ao encontro com seus amigos. Cara de rica e não segura.

Só que ela esquece-se de que é presa fácil. Quando ela menos esperar, poderá dizer adeus àquele celular cujos pais suaram tanto para que pudessem dar de presente no seu aniversário e terá de esquecer aquele colar que não passava de uma bijuteria que sua avó havia dado-lhe, de valor sentimental, mas que foi confundido com jóia.

Bem-vindo ao cotidiano de uma cidade grande. É um risco sem tamanho que não se pense em se proteger contra o que o cerca por aqui. Faz parte desse dia-a-dia doido que se considere a violência antes de qualquer coisa. Menos é mais, antítese urbana: quanto menos você carregar consigo por essas ruas turbulentas, mais você terá depois.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Garotas más também choram


A garota malvada às vezes sai durante semana, mas passa muitos dias sentadas em sua cama, pensando na vida. Ela não tem blog, diz o que quer na cara de quem for. Pode ter um namorado lindo que, eventualmente, vem a traí-la ou magoá-la ou apenas gosta de um cara por aí que não é mil maravilhas o tempo inteiro também.

A garota não é malvada e eu não sou boazinha: somos diferentes. Nem sempre nossas vidas são flores; as apreensões, ansiedades e expectativas são sempre as mesmas. É só que ela nunca publica nada disso.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

O limite da realidade


O limite de um sonho é inexistente: o problema é o que limita a sua concretização.
Sonhar é uma atividade independente de qualquer fator externo; a mente pode viajar por galáxias mil e o coração desejar o infinito. Delusionar é bom, é libertador, é o que deixa a vida algo suportável em meio a tantas duras verdades.
E é exatamente esse o problema: a realidade, o fator limitante desses devaneios. Ela vem e traz chão ao que pertence às estrelas, ela lhe diz que a namorada do garoto dos seus sonhos não vai a lugar algum. Os fatos são a barreira externa daquilo que é sem fim dentro de cada um.
Todos podemos sonhar com qualquer coisa olhando para um céu de lua cheia, mas o dia vem logo depois nos lembrando de que tudo não passa de pensamentos.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Fugindo da vida


Pegar umas duas trocas de roupa e enfiar numa mochila, além de um MP3 player e uma escova de dentes, e sair, simplesmente sair e deixar tudo para trás. Ir a algum lugar em que ninguém saiba dos seus erros ou seus atos passados; uma nova cidade para uma nova vida, longe dos problemas que causaram essa fuga.

Bela utopia, e se ao menos funcionasse! Logo mais, todos aqueles problemas surgirão novamente, apenas sob nomes diferentes.

Mudar de escola, de cidade e de amigos tampouco adianta; mais cedo ou mais tarde o que tinha sabor de liberdade e novo passa a ser apenas um outro costume.

E é aí que se aprende que frente a cada nova adversidade, o melhor a fazer é enfrentá-la. Não há como fugir da vida. Esses contratempos estão em todo lugar.

Mas, claro, não custa nada sonhar que tudo pode ser resolvido assim...

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Romantismo enrustido


A garota que não for romântica que atire a primeira pedra!
Ainda estou pra conhecer alguém do sexo frágil que não se fragilize com os encantos da paixão, por mais que tente esconder.
Eu conheço bem a história: durona por fora, sonhos mil por dentro. É aquele velho clichê do "eu não preciso de ninguém", quando tudo que se mais quer é precisar de alguém; é querer sempre estar no controle, mas morrer por alguém que controle tudo.
Paradoxal como só um romance pode se mostrar. Ou como só nós, garotas, conseguimos ser.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Era uma vez Joana


Joana estava na flor da idade e tinha lábios pelos quais tantos tinham passado a suspirar. Seus olhos possuíam uma vivacidade que facilmente entregavam sua sagacidade. O calor de seu corpo emanava discretamente, mas mãos alheias ardiam por um reles toque, sem que sua ingenuidade permitisse saber.

Era bela, porém não segura. Apesar de vez ou outra impetulante, defendendo seus ideais com afinco admirável em possíveis discussões, além de transmitir ares de consciência de sua formosura, em seu íntimo, nutria cada vez mais um sentimento de inferioridade, de alguém cujos olhos nunca viriam a ser fitados com ternura, pois nada de interessante haveria de encontrar-se lá.

Cada anoitecer em que se achava sozinha só tornava-se mais uma confirmação de que estava fadada a permanecer nesse estado. Perdida em seus pensamentos delusionais, empreendia seu tempo a devanear em meio a seus livros de romances fictícios, que pareciam deveras mais interessantes e reais do que sua vida poderia vir a ser algum dia.

Joana havia perdido a fé e o senso de realidade, que todos devem ter, por causa de alguns dias mais nublados. Mais cedo ou mais tarde, o bem calharia à sua porta, porque é assim que tem de ser. Joana esquecera-se de que a arte imita a vida; os finais felizes existem. Dias melhores estão sempre por vir.

Joana era ela, Joana era eu, Joana eras tu. Oh, infelizes tempestades em que nos encontramos, as quais fazem-nos perder as esperanças.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Desajustada com o mundo


O vento batendo no rosto, o sol irradiando beleza no céu azul... Tudo para constratar com o cabelo que não se ajeita, as roupas folgadas que parecem apertadas quando você está se sentindo tão acima do peso, e os olhos ardendo febrilmente.
E como Murphy sustenta uma infalível teoria, bem nesse dia que era melhor não ter levantado (especialmente quando suas olheiras profundas estão destacadas ao extremo, em meio ao seu cansaço), aparece aquele cara que você está profundamente apaixonada...

(Sério, quais são as chances? Por que ele não me foi aparecer naquele dia que eu estava linda de morrer? Oh céus...)

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Interiormente

Este sentimento de incomplitude
Que contraria a minha razão:
É como estar beirando um açude
E vir a perecer de sequidão,
É estar em profunda solitude
Permeando uma vasta multidão,
Algo que um reles poetizar
Não passa de um novo enganar.

Se cambiasse teria virtude,
Mas encarcera alma e coração;
Até tentei expurgá-la como pude
Mas a esta ânsia não dou vazão.
E como brilho de vil amplitude,
Ressemblo iludida luz em vão:
Tais versos soarão sem o cantar
Pois não se faz a voz alta ecoar.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

EXquecido


Voltar com ex? Só se existir algum sentimento ainda, um assunto inacabado. Mesmo porque, se qualquer volta fosse propícia de fato, não existiriam tantas palavras com essas duas letrinhas logo no começo que expressam semanticamente o meu ver sobre boa parte do meu passado amoroso: extinto, expurgar, exterminado, expungir, exsucação, expulsão, dentre outras tantas.
É só que nem merecedores de mais citações esses ex são!

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Brilho duma mente sem seu brilho


Se eu pudesse apagar qualquer coisa da minha memória, teria de ser o dia em que avistei seu rosto pela primeira vez, porque há dois anos exatos que venho tentando esquecê-lo, sem obter qualquer sucesso. Sem dúvidas que seria o seu sorriso tão doce que eu excluiria.
É que simplesmente dói demais ter que ver o seu olhar com meus olhos fechados sem ter o seu toque.
deuxviesdosvidastwolivesduasvidas


E estava eu ponderando sobre a vida, sobre o que quero, quando novamente me deparo com duas vertentes. Infelizmente, essa é a tônica do meu viver, a irresolução devida a essas duas vidas paralelas que eu levo.

Existe a garota do quero ficar e a garota do quero ir, a do te amo e a do te odeio, aquela da primavera e a outra do outono, que se colidem, gerando toda essa confusão e indecisão que eu vivo.

Essa sou eu: duas garotas distintas aprisionadas em uma só. A conciliação é quase impossível, e só Deus sabe quem vence cada batalha, mas é questão é o que acontecerá se a reprimida quiser se libertar do seu estado cativo...

sábado, 7 de julho de 2007

Querer


Se eu pudesse dizer o que eu quero dizer, eu lhe contaria o sonho que eu tive com você na quinta-feira, ou talvez confessaria que eu realmente tenho ciúmes, por mais que eu tente evitar isso. Se eu pudesse falar o que vem à minha mente, você descobriria que 15 dias é tempo demais, mesmo que o relógio seja tão fugaz.

Agora, se eu pudesse ver o que eu quero ver, você estaria na minha frente como se toda a sua atenção estivesse focada em mim, para mudar a rotina. Se eu pudesse vislumbrar qualquer coisa, isso teria de ser declarações verídicas e em tom confessional suas, sem qualquer hesitação.

Ah, mas se eu pudesse ouvir o que eu quero ouvir...eu te amo. E não seria simplesmente outra brincadeira, outro passatempo, outra bobagem. Só essas três palavras; todo o resto é supérfluo, nada mais é necessário.

Mas como querer não é poder, eu tenho que me contentar com a minha própria ausência, nossas possíveis decepções futuras e o fato de que só eu que vejo o céu diferente quando estamos tão distantes. Você é o que eu quero.

domingo, 24 de junho de 2007

Calmaria Antes Da Tempestade


"Sentei na frente da minha janela: essa história está indo a algum lugar."

Falar só de uma música é uma tarefa extremamente árdua: como definir 17 anos em alguns minutos? Mas, de qualquer forma, teria que ser Calm Before The Storm, do Fall Out Boy. E por quê? É como se ao ouvi-la, eu adentrasse numa outra dimensão, como se fosse uma porta para aqueles dias em que eu via todos os dias a minha melhor amiga ou perdia a fala quando via aquele meu antigo amor, por quem eu tremi por um ano e oito meses ouvindo essa melodia. Essa música significa acima de tudo saudade, o único pedacinho de tudo aquilo que eu ainda posso ter. São 4'27" de passado no presente.

Como se isso não bastasse, ela ainda veio ainda a se encaixar no meu hoje, unindo tudo o que eu sentia com aquilo que eu sinto agora; ela conecta quem eu era a quem eu sou de forma unicamente passional. Definitivamente Calm Before The Storm vai sempre e pra sempre traduzir essa minha adolescência cheia de amores, saudade e música.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Palavras de um Passado para o Presente


E por mais que o seu olhar agora pese em mim, você pelo menos trouxe um sentido a tudo.

Antes era acordar por acordar, respirar por respirar, viver por viver. Bons ou ruins, meus dias eram apenas dias e nada mais. Mais uma existência que por mais que significante para alguns poucos, não passava disso. Não era como se havia um imenso regozijo ao olhar as estrelhas ou poder viver um sonho sob o luar.

Por mais que isso enlouqueça.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Behind Those Bars


-This one goes out to you, boy.

There's so much more to her behind these bars, she's so much more than what one may say. You're limitting youself to what common eyes can see, only. You should know it better than that, you should know her better than that.

They say she's too damn good for you, boy. A while from now, when it's already too late, you may realize what you were missing out on, and you do not want to make that mistake.

Try to open your eyes and see her through. Feel her heart. Listen to what she's thinking. Breathe her every breath. Taste her soul.

Oh, boy, she's dying for you to look past those bars.



http://www.fotolog.com/emotional_grrrl

sábado, 9 de junho de 2007

É o fim


Essa coisa toda de relacionamentos é um tanto quanto complicada! Tudo começa com um olhar, evolui para um beijo, que leva a um eu te amo, e depois acaba com um "temos que conversar". Entre esses acontecimentos muita coisa acontece, mas, de alguma forma, é sempre dessa última parte que mais nos lembramos: ou de como ele quebrou nossos corações, ou de como o ponto final foi mais que um alívio.

Eu sempre achava que, por mais que doesse demais, era melhor que ele terminasse comigo, porque a mera idéia de que eu causaria tanta dor e sofrimento para outra pessoa era pior ainda. Essa coisa de partir corações não era comigo.
Isso até o dia em que eu namorei com um garoto que fez minhas perspectivas mudarem. Ele se revelou ser tudo o que eu não queria e cada dia com ele era mais um tormento na minha vida: eu era infeliz ao lado dele. O sorriso dele custava o meu.

Foi aí que eu aprendi que, antes de amar outra pessoa, eu preciso me amar. Para deixá-lo contente, eu deixava minha vida se reduzir a nada. Por mais que fosse doer para a outra pessoa, por mais que fosse doer em mim causar dor a ela, tudo era ainda pior quando eu não era sincera com ele e me sentenciava àquele relacionamento no qual eu não queria estar.

Realmente dói levar um fora, pode doer dar o fora, mas dói muito mais você beijar alguém por medo dela sofrer: você está sofrendo ainda mais. Alguma hora, ela supera tudo, mas esses dias que você perdeu por pura esquiva nunca mais voltarão.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Destruição


A verdade é que eu nem sei mais contra o que eu luto. É uma batalha invisível que eu nem sei se realmente existe. Espada numa mão, coração na outra: é uma guerra aonde eu não posso sair vencedora.

O céu se apresenta de outra maneira quando você está assim distante, e eu queria que essa natureza não fosse tão expressiva para mim. Dia após dia, eu me encontro tentando me convencer de que você não é tudo o que eu quero agora. E é difícil, especialmente quando cada mínimo detalhe faz a diferença, me trazendo de volta para baixo, destruindo a ilusão que eu havia criado de que eu estou bem só assim.

E eu nem sei se eu ao menos posso sonhar com você da maneira que eu sonho.

Estavam certos ao dizer que deveríamos aproveitar a vida enquanto não encontrássemos o amor, porque ele nos destrói.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Tempus et Momentum


Dizem que temos todo o tempo do mundo, que temos tempo para sonhar, desejar, viver e morrer à vontade. Já outros dizem que não temos tempo para nada, tudo passa num piscar de olhos. Para amenizar a confusão, Einstein declara que o tempo é relativo.
Como a boa atemporal complexidade que é, essa questão segue por dimensões afora, sendo igualmente subjetiva.

Para também nem começar o debate sobre o momento. Sobre como ele é tudo na vida de todos nós; cada mínimo detalhe do aspecto mais insignificante que possa ser de nosso cotidiano, ele faz toda a diferença. O momento tem vida própria, e rege tudo que vivenciamos. E quão imutável é, tal perplexidade acarreta àqueles que vislumbram o presente e o possível futuro.

Há um mês e meio, tudo teria sido diferente.
É o tempo, é o momento. São essas coisas que às vezes esquecemos, mas que são tão onipresentes, que mudaram tudo.
Não era pra ser, e eles arranjaram uma maneira de colocar o curso desse leito como deveria ser. Só eu que não reconhecia isso, quanto mais entendia o porquê.
Mudaram meus desejos, minhas ansiedades, meu destino.

Congruo tempore et congruo loco.
Tempus est optimus judex rerum omnium.
Tempus regit actum.

terça-feira, 8 de maio de 2007

Só Mais Uma (Memória, Garota, Paixão)


Aquela garota sentava na sua cama e abria sua mente, como se fosse um livro. Ela se lembrava bem (e como!) quando tinha falado pela primeira vez com o garoto dos seus sonhos, quando perdeu a fala após ele beijar sua face; tudo parecia ontem. Ela tinha o semblante dele vívido ali, na sua frente, como se tudo se materializasse com a simples força do pensamento. Ali, revivendo suas experiências, como se numa tentativa desesperada de encontrar uma perspectiva para o futuro, ela analisava cada mínimo detalhe de toda aquela história que a atormentava havia muito.

Não, não. Essa garota sou eu. Apenas uma idealizadora com sonhos frustrados, sem qualquer esperança de algum dia ser mais que um nome para ele. E todas essas horas gastas pensando nele incessantemente não passam de inutilidade, futilidade, ele não virá. A minha desistência agora seria um atestado de coragem - amá-lo é tortura. Mas eu sou apenas uma garota, sentada, livro aberto, memórias, ele. Dar as costas a um ano e oito meses não é tão simples assim.

E aqui jaz minha mais profunda e sincera declaração. Nua e exposta, eu só espero que um dia ele perceba que eu sempre estive aqui. Dessa vez pouco me importa qualquer resquício de orgulho e sequer tentar dizer não: eu perdi tudo isso quando eu me dei conta de que ele não vai me abandonar tão cedo. Abandonar minha mente, abandonar meu coração.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Decisão da escolha


Estava eu confabulando comigo mesma, perdida em pensamentos, pois estava numa encruzilhada novamente: é incrível como toda e qualquer dúvida consegue acabar comigo; eu fico maluca se tenho que escolher. Eu sempre prefiro que os outros escolham por mim, seja pela minha incapacidade de decisão, seja porque eu tenho um certo receio de não agradar a vontade alheia. É, eu não gosto de escolher.

Mas aí parei pra pensar: imagine um mundo em que você não pode escolher o que gosta de comer ou não, não pode optar por um cabelo liso ou cacheado, quanto mais a cor dele. Um mundo em que a opção é não ter opção e tudo é imposto a você. Basicamente, seria a volta da ditadura, aqueles tempos tão repressivos dos quais só os mais ignorantes sentem uma certa saudade. Não, não, não convém desejar por isso.

E foi aí que então um pensamento ainda pior me ocorreu. E se nem houvesse uma segunda possibilidade? E se todo carro fosse branco, se todo celular fosse cinza e tivéssemos que circular pelas ruas todos usando um uniforme? A padronização é ainda pior do que a repressão: não tem nem com o que sonhar, não ter uma aspiração, ou qualquer perspectiva. Um mundo de iguais (e ser igual a todos não é tão bom como muitos pensam).

Conclusão? Acho que é indiscutível que por mais que seja torturante, muitas vezes, fazer uma seleção, isso acaba sendo melhor do que você não ter qualquer escolha. É o arco-íris que deixa nossas vidas tão coloridas, são as possibilidades que nos permitem sonhar. É só quando você tem alguma perspectiva de mudança que você pode planejar, pensar no passado e melhorar o futuro. O dom da escolha é o melhor presente que poderíamos ganhar, mas cabe a nós mesmos reconhecer essa dádiva de liberdade, apreciá-la e fazer bom uso dela em cada mínima escolha.

terça-feira, 17 de abril de 2007

"Hm...chiclete! Yum, yum!
Uva, tutti-frutti, uva, morango, uva, morango, uva, morango, uva. Delícia! Quero mais. Cadê? Yum, yum!"




É, não adianta quantos chicletes eu tire do pacote. Esse vazio aqui dentro ainda vai continuar existindo e me consumindo, nem que eu tente diferi-lo. O máximo que pode acontecer é eu desenvolver um processo de gastrite.

Deixar de lado qualquer coisa que me distraia não vai me impedir de mais cedo ou mais tarde encarar a vida. A questão é só que eu estou perdendo tempo demais, depois só vai ser pior. Não tem alguém em quem pensar não é estar feliz com a vida. Acordar e dormir, não é viver. Não é qualquer vício que me tira da rotina e traz um sorriso à tona.


Vazio, adiamento. Oco, protelação. Vácuo, procrastinação.
Eles só vão embora quando eu resolver viver minha vida de verdade.

sexta-feira, 23 de março de 2007

Vegetariano: Não Ser!


Chuchu, berinjela, couve-flor, agrião, beterraba, abobrinha, jiló, rabanete, que seja! Você dê o nome: não é uma delícia! Pode ser saudável, pode ser bem preparado, mas não é alguma coisa que você fica com uma vontade imensa.

Eu acredito que, falem o que for, o homem pode sim ser carnívoro por puro instinto. E por que não? Pode não ser bonito de se ver, mas é a mesma coisa de um leão matando um pobrezinho antílope. É como a natureza segue seu curso. E, além do mais, nós nem conseguimos digerir celulose, por exemplo, o que reforça a idéia de um Homo sapiens nascido pra comer carne.

Ser vegetariano pode ser mais saudável, pode ser muito mais cool, e muitas outras coisas boas, mas eu não troco um churrasco por brócolis nenhum! Talvez só por uma porção de batata frita...com um belo dum hambúrguer!

segunda-feira, 19 de março de 2007

Horoscopando


Sabe aquelas coisas que você não realmente acredita, mas procura sempre saber, de qualquer forma? Runas, cartas, videntes, mas acho que, mais comumente, aquela olhadela no seu horóscopo. Logicamente, existe aquelas pessoas que acreditam cegamente naquilo, mas eu estou falando desses pseudo-céticos igual a mim.

Eu digo não acreditar em nada disso, mas sempre que tenho uma revista em mãos, vou até aquela sessão e leio o que está escrito embaixo do nome do meu signo, analisando e relacionando o texto com o que eu estou vivendo no momento. Se é um aviso contra possíveis brigas com amigos e familiares, eu faço de tudo ara anular essa propensão, sempre lembrando do que eu li. Se fala que eu estou numa fase boa e com alto poder de atração, eu já trato de ir falar com aquela pessoa, sobre justamente o assunto que me vinha faltando coragem.

Tudo isso me faz alguém que acredita nessa coisa toda? Isso me faz uma das pessoas citadas no começo, que acreditam cegamente em suas previsões astrológicas? Eu me pergunto isso sempre que me dou conta da situação, pensando se por acaso eu não estou me enganando quando eu penso que na verdade é só mais uma coluna,

Seja como for, a resposta que dou àqueles que me indagam sobre minha fé nisso, quando me pegam em flagrante, é de fato coerente, bem como verdadeira: independente de ser verdade ou não, o que está ali são bons conselhos, que realmente podem fazer uma diferença no seu dia, pro melhor. Como pode ser ruim eu tentar evitar atritos com aqueles que eu amo? Como é prejudicial eu viver hoje, pelo menos, acreditando mais em mim mesma, com uma auto-estima maior que zero, para variar?

Verdade ou mentira, essas linhas surtem um efeito positivo, o que é bem maior que um simples dilema entre acreditar ou não. Se todos os dias, pelo menos uma pessoa fosse influenciada para o bem assim, por que se importar se tudo escrito ali é 100% preciso? O horóscopo acaba sendo mais do que supostas previsões do futuro, mas uma divulgação que é, acima de tudo, uma boa fonte de conselhos para seguir um dia que lhe reserva um turbilhão de complicações e dificuldades, além dos seus outros tantos desafios internos. Como negar que nós precisamos disso?

quinta-feira, 15 de março de 2007

Só Mais Uma (Tarde, Memória, Garota, Paixão)


Aquela garota sentava na sua cama e abria sua mente, como se fosse um livro. Ela se lembrava bem (e como!) quando tinha falado pela primeira vez com o garoto dos seus sonhos, parecia ontem. Ela tinha o semblante dele vívido ali, na sua frente, como se tudo se materializasse com a simples força do pensamento. Ali, revivendo suas experiências, como se numa tentativa desesperada de encontrar uma perspectiva para o futuro, ela analisava cada mínimo detalhe de toda aquela história que a atormentava havia muito.

Céu nublado, gotas de chuva no vidro, era um dia que só a deixava mais sensível, mas antes isso do que aquele tempo que todos amavam, o dia lindo, ensolarado: essa luz toda que emanava de uma fonte bem maior que ela só era um constante lembrete daquele sorriso incomparável dele. Não importava se tudo estava um perfeito inferno antes, apenas um olhar de relance, sem importância, já fazia seu mundo todo parecer melhor. Aquele sorriso, então...! Era seu pedacinho do céu na terra, era seu refúgio, era sua maior paixão há tempo demais.

Lá sentada, ela lembrava como ele tirava tantos suspiros dela que isso virou até motivo de piada. Perder a fala, a linha de pensamento e achar que seu coração tinha parado, porque batia tão rápido era rotina. Chorar mais que com todos os outros ao dizer adeus a vê-lo todos os dias foi algo totalmente esperado. Lá, sentada, sua mente, um livro aberto, ela se deu conta de que apenas uma noite não faria jus a tudo que ela sentia por ele e nunca viria a fazer, mas era o máximo que ela conseguiria, porque tentar ser perfeita nunca foi o bastante e parecia que nunca seria. Não importava o que os outros falavam, ele tão lindo e perfeito, distante e inalcançável, como a lua.

Não, não. Essa garota sou eu. Apenas uma sonhadora com idéias e sonhos frustrados, sem qualquer esperança de algum dia ser mais que um nome para ele. E todas essas horas gastas, pensando nele incessantemente, não passam de inutilidade, futilidade, ele não virá. Agora estava mais para ser um atestado de coragem, a minha desistência. Mas eu sou apenas uma garota, sentada, gotas de chuva, livro aberto, memórias, ele. Simplesmente dar às costas a um ano e meio não é tão simples assim.

E as palavras foram ditas, a sorte foi lançada. O que eu não pensei que fosse amor, está publicado. Se você quiser, é só abrir os olhos e me ter. Dessa vez pouco me importa qualquer resquício de orgulho: eu perdi tudo isso quando eu me dei conta de que você não vai me abandonar tão cedo. Abandonar minha mente, abandonar meu coração.

quinta-feira, 8 de março de 2007

(Falta de) Convicção


Eu fui criada por uma mãe extremamente religiosa e evangélica, que me levava à igreja desde que eu nasci. Todo santo domingo, a mesma história: acordava cedinho, ia à igreja, voltava, almoçava e esperava um pouco, e igreja de novo.

Acontece que eu fui crescendo e fui pensando por mim mesma, passando a acreditar que toda essa história de igreja não passa de uma hipocrisia: só existe fofoca e todo mundo fala mal de todo mundo no meio, um tentando ser mais “crente” que o outro. E a religião pura mal tem mais espaço pra ser totalmente praticada na atualidade, o que leva essas pessoas a não matarem ou adulterarem (bom, algumas), mas elas ainda assim tornam a falar o nome de Deus em vão e cobiçarem outras pessoas, por exemplo.

Religião é um tema subjetivo, mas acima de tudo, se for pra você ser alguma coisa, que seja com convicção! De que adianta seguir alguns mandamentos e outros não? Acredito que a fé hoje em dia se resume, na maioria dos casos, rezar ou orar algumas vezes e esperar que em troca Deus o leve pro céu. Ironicamente, há templos lotados e são raros aqueles que não estão lá pela indulgência. Hoje não se compram pedaços da cruz, mas simplesmente vão à igreja.

segunda-feira, 5 de março de 2007

Devanear


Eu sento na minha cadeira branca e simplesmente derramo suco laranja no meu copo. Eu penso sobre nada, o nada que são meus dias, às vezes, e simplesmente me jogo em minha própria mente. Ponderando e analisando, eu idealizo um dia, eu fantasio uma vida. Tudo será perfeito.

Ao cometer ato de tanto erro e egoísmo, ignorando até um rei ao meu redor, eu mal posso imaginar a sucessão de fatos que ocorreriam naquele dia: eu faria sonhos desabar e uma lenda ser construída, eu traria o mal e por isso me sentiria pior ainda, eu desejaria quem menos fosse possível (no sentido de que certas coisas não foram feitas pra ser) e, por fim, pereceria em meu próprio sonho, talvez como um carma ruim, simples castigo, por tentar brincar de Deus.

Ninguém prevê o futuro, e eu sou Ninguém. Permeando este mundo, você acaba aprendendo que nada sai como você planeja, mas tudo segue o curso que deveria, e é aí que a graça toda se encontra.
Bem, não que gastar meus dias pensando em como tudo poderia ser fosse algo bom, mas quando tudo se desvia do trajeto que você
tinha imaginado, só aí você pode reconhecer que está vivo. É no pensamento errado que você acaba encontrando o que é certo
sentir.

sexta-feira, 2 de março de 2007

Vida de Camiseta


Eu nasci, com mais umas 150 irmãs gêmeas e fui enviada para uma nova casa logo depois. Órfã, já não tinha tantas irmãs ou conhecidos ao meu lado, e ainda por cima fiquei sem conhecer pais novos em potencial por algum tempo.

Um dia, porém, uma moça, a Donna, resolveu me conhecer, quando já estava praticamente sozinha. Foi amor à primeira vista! Quando me dei conta, já tinha virado colega das outras peças que ela guardava nas minhas redondezas. Bem, não era amiga daquelas ciumentas – elas sempre se queixavam porque Donna e eu tínhamos nos tornado melhores amigas.

Quase todos os dias estávamos juntas, sempre comentavam como eu ficava bem nela. Uma vez, ela até se esfregou no dono de uma camiseta bem bonitinha e, ah!, como era cheirosa! Saíamos sempre, ríamos sempre, e chorávamos às vezes, mas uma com a outra.

Foram tantos bons momentos pelos quais passamos juntas que é difícil de acreditar que agora eu estou jogada num saco preto, amarrotada. Eu ouvi dizer que vou ter outra pessoa ao meu lado, sem muita delonga. Tenho certeza que será alguém muito especial também, mas é horrível pensar que nunca mais estarei perto da Donna; não estarei mais junto dela nessa jornada. Mas acho que é a vida. Ela passou da minha fase, e o ciclo continua.

domingo, 21 de janeiro de 2007

Maus hábitos, meus


Quem não tem maus hábitos? Podem ser erros ou algo extremamente nocivo a outrém, assim como coisa de forma alguma prejudicial. São maus hábitos, ponto. Nada mais, nada menos, apenas manias incontroláveis presentes em cada um de nós, insistentes em simplesmente incomodar. Restringindo-me um pouco, certos costumes que possuo tendem a me convencer de que não passam de equívocos constantes, na verdade. Há tantos que chega a ser um pouco patético, uns maiores, outros não tão graves; porém, marcantes e únicos.

Exemplificando, teria que mencionar aquela intensa paixão, quase como uma obsessão, por ídolos que, apesar de serem perfeitos na minha evidente idealização, são apenas humanos, pessoas como eu, que por sua vez têm maus hábitos assim como a imperfeição da minha vida. Não, não, o pedestal em que os coloquei é alto demais para que a realidade penetre no meu pensar, fazendo com que cada dia mais eu anseie por vê-los, tocá-los e, mais que tudo, ser parte até mesmo da vida deles. Bobeira de adolescente, quase nada, exceto quando 24 horas do seu dia são usadas para focar somente naqueles músicos que estariam dando a mão para você na sua utopia.

Entretanto, tenho que confessar que esse não é de longe o pior dos meus hábitos. Não, mais que dedicar seu tempo em pensamento àquelas pessoas é sonhar alto e realmente acreditar no seu potencial para realizar esses sonhos. A pior das manias teria que ser alguém sonhar sempre, sempre, acordada ou inconsciente, sobre o seu futuro, o que verdadeiramente deseja ser e fazer pro resto da sua vida e ainda pensar que seu destino é esse. É péssimo eu ter aquele mau costume de acreditar em mim mesma, nos meus sonhos doidos, mesmo quando tudo se mostra como adversidade.

De todos, acredito que estes sejam os mais marcantes, os mais irritantes, aqueles mais presentes. São os minhas piores manias, de longe, mas acima de tudo são o que me dão esperança, o que me ajudam a levantar, genuínos incentivos. Tem vezes que maus hábitos são facas de dois gumes: são seus aspectos mais errôneos e o que te fazem prosseguir quando só há pedras à sua frente. Meus maus hábitos são ironia pura.