sábado, 18 de outubro de 2008

E agora?

Perto da minha casa tem uma rua que eu só vejo o começo. Ela some direita afora, correndo morro acima e atiçando a minha curiosidade. O que vem depois daquela curva? Todos os dias, eu passo em frente a esse enigma, vendo árvores, carros estacionados e um prédio isolado. Todos os dias, eu me vejo querendo explorar o resto daquele canto de mundo. Mas todos os dias eu ouço um "agora não, mais tarde" na minha mente.

Aquela rua é o caminho para a felicidade e aquela voz sou eu. Perdida em procrastinações, eu sempre vejo-me rendida ao mais fácil, que é deixar tudo para depois. Mesmo que eu possa ter o fantástico, de que ele vale se eu deixo para ir ao seu encontro somente amanhã? Há sempre a atuação de uma força maior qualquer que me deixa completamente inerte no agora.

Depois daquela curva, quem sabe, há sorrisos, paz, respostas. Tudo que eu sempre quis pode estar concentrado ali. Mas eu não sei - estou sempre a esperar por uma hora melhor para averiguar se meu pote de ouro está após aquelas árvores. Só que amanhã, amanhã é outro dia e aí pode ser tarde demais.

O futuro e o passado também perdem seu valor se o presente não for devidamente apreciado. A vida é agora, não depois. Eu não deveria postergar minha busca pela realização dos meus sonhos. Então preciso abrir meus olhos - agora, não mais tarde. Porque eu não deveria deixar para amanhã para começar a viver.

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