quarta-feira, 30 de abril de 2008

O Bar - Parte II


Não, não era. E outra vez o que chamava de visão ocorreu-lhe mais como algo traiçoeiro do que ferramenta útil. Lentamente retomou seus sentidos e mais que depressa ordenou que lhe servissem outra bebida. A noite seria longa demais e outro episódio curto de sua batalha de querer e precisar.

Grãos de areia unidos por um calor intenso refletiam com meia alma o que ela sabia que passava despercebido aos que lhe rodeavam. A sua fidelidade novamente era algo desleal consigo mesma. Atestar derrota era uma vitória em si, àquele ponto. Mas uma continuidade de diálogos era o que lhe restava.

O espelho, a preocupação, tudo era em vão. Esforço claramente desnecessário para um borrão. Levantou-se e dirigiu-se à porta. Era incrível como aquela saída era tudo menos um escapismo que ela tanto desejava. E, certa de inconvicções, apertou o passo, mais frouxo do que aquilo que batia dentro dela.

Com um cumprimento inesperado de outrem cuja voz ressoava como canção de longa data, exaltou-se por uma dúzia de segundos até que vislumbrou o que se passava: era ele. Ele e seus abraços, além dos mil encantos.

Um comentário:

  1. Abraços q naturalmente pesam sem querer. Adorei os textos, vc tá escrevendo muito muito bem! =**

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