sexta-feira, 25 de abril de 2008

O Bar - Parte I


Ela olhou-se mais uma vez naquele espelho retangular sob a luz forte que incidia a fim de melhorar a visualização. Mal podia conter aquele riso que automaticamente surgia na esquina de seus lábios. O cabelo estava longe do que gostaria que estivesse e a sombra poderia estar melhor, mas tudo bem. O sorriso tornava a aparecer. Não havia mais tempo, era hora de ir. Ah, frio na barriga! Só checou uma última vez seu semblante. Ela sabia que estava bonita, mas a vida é cheia de surpresas. Ela queria certezas.

Mais tarde, banquetas e mesas sob meia-luz. Era a penumbra de amantes. Agora ela esperava e, mais ainda, desejava tornar-se a metade permanente daquele coração. Todos os sinais eram positivos, mas, depois de três anos passando por essa agonia, era uma ansiedade negativa que tomava-lhe corpo e alma.

Olhou ao redor. Seus amigos estavam todos lá e ela só queria a presença de quem não via. O líquido amarelo percorria sua garganta como um rio corre tranqüilo pelo seu leito. A bebida caía-lhe bem em meio a essas agitações internas que, vez ou outra, tornavam a manifestar-se por fora com seus tremores e tonturas que só os tragos a seguir fariam-na melhor.

No seu murmúrio, uma velha melodia. À frente, cabelos negros e aquele semblante que sabia de cor. Encarou melhor. O coração acelerou mais que nunca.

3 comentários:

  1. OI. adorei seu blog, espero que você possa fazer uma visitinha pra mim.. ok? bj

    ResponderExcluir
  2. Adoro o jeito que você escreve, esses textos entre um conto e algo baseado em fatos reais, Gabie!

    ;**

    ResponderExcluir