sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Sexo ou amor

O cheiro dele estava em mim assim como seus dedos estiveram há pouco. O que nos unia era aquela cama e outras pequenas coisas mais. Foi bom enquanto durou. Só.

Depois, talvez, fui atingida por uma ressaca moral, mas aquela embriaguez de luxúria teve outro aspecto - eu estava frágil, eu só queria esquecer quem eu amava. As mãos do meu amante na minha cintura, nos meus braços, no meu rosto e em todo lugar mais. Quem precisa do Daniel e suas rejeições? Quem precisa de amor?

É a vida. Não a encontrei no que chamam de amor, então a busco em quaisquer outros lábios.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Oi, quer tc?


Amizade virtual é assim tão impessoal e pessoal como ouvir uma música ou ler um texto com os quais você se relaciona. Simples, baby!

É distante, não se conhece a pessoa que escreveu aquelas linhas. São tantas e tantas palavras e nem tem como saber se correspondem com o que a pessoa que as escreveu sente. Não tem saída - é uma questão de se deixar ser cativado por aquilo que foi lido e ouvido ou não.

Porém as emoções fluem mais facilmente; não é tão complicado chorar ou sorrir como frente a alguém. Mesmo não podendo tocá-la, é reconfortante saber que há uma pessoa que lhe entende de alguma forma.

Mas existe sempre o desejo de querer se aprofundar e ser próximo do coração e do rosto de quem criou tudo isso, daquele alguém que esteve com você em tantos dias. E essa é justamente a parte mais traiçoeira...

No fim, é como uma complexa relação de intimidade distante. Sabe?

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Amy Winehouse isn't just a wine-head


O Grammy premia quem é bom na música. Só. Essa coisa toda da imagem do artista é um caso à parte. Ninguém do comitê está premiando a pessoa por ser um modelo moral ou do tipo, mas premia-se pela capacidade e talento como músico. Ponto. O resto é o resto; que a mídia tome conta dessa parte.

E não é que Amy Winehouse não dê o valor que supostamente deveria dar ao que conseguiu - é que ela é tão boa no que faz que deve pensar que é algo natural, uma mera conseqüência. Obviamente que nesse ramo se depende muito de sorte também, mas para que fazer disso tudo um evento nacional? Cada um é cada um e reage da forma que bem entender.

Além disso, existe muita gente envolvida com drogas e música e que nem por isso faz sucesso. Se ela chegou aonde chegou é porque tinha alguma coisa a mais. A música dela não toca incessantemente nas rádios porque ela é usuária de drogas.

E, quanto ao fato de sempre se referirem a ela como um mal exemplo, a verdade é que existe o livre arbítrio justamente para isso - para cada um fazer a escolha que quiser. Se Amy quer se drogar, beber até cair, o problema é só dela, e se alguém quiser tê-la como modelo, o problema é dessa pessoa também. Existe sempre o bem e o mal, o bom e o ruim - cabe a cada um julgar o que convém. Inclusive à banca do Grammy.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O post adverte


O uso da maconha faz mal à saúde, salvo quando medicinal, e tal erva é proibida no país.

O irônico disso tudo é que o álcool, bem como o cigarro de nicotina, também faz mal à saúde, sendo que o primeiro pode ainda ser um alucinógeno e sob nenhuma hipótese oferece alguma vantagem.

Se tais substâncias são disponíveis, por que não esta também, especialmente se pode ser tão benéfica para idosos que precisariam dela, por exemplo? Se é pretendida uma liberação restrita, sem implicar uma massificação de sua produção ou de seu consumo. Remédio natural.

Além do mais, a verdade seja dita: nesse país já é mais do que do conhecimento geral que todos têm acesso à ela na medida em que se quer. Essa situação toda não passa de uma tremenda hipocrisia que só gera controvérsia. Todos já sabemos que o ópio da população está longe de ser a maconha.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Entre ela e eles


Era tudo igual. Ela tinha cometido aquele mesmo erro novamente – o que estava pensando ao beijar seu melhor amigo? Era verdade, ela nutria sentimentos únicos por ele há oito meses e ele que tomou a iniciativa, mas aqueles drinks não deveriam ter deixado que ela finalmente se rendesse, justamente por causa do que vinha a seguir - ele iria partir seu coração.

Ele segurava as pequenas mãos dela nas suas e media cada palavra antes de dizê-la. Ele odiava aquilo, mas tinha de fazê-lo. Suspirou à procura de coragem e só lançou: "Eu sei o que aconteceu... mas eu não posso continuar. Às vezes eu fico com alguém". Ela não queria saber, porém era mais forte do que ela mesma: "Quem é?". Ele receava essa pergunta: "...aquele meu amigo que sai sempre com a gente".

A amizade deles era mais forte que isso; eles seguiram melhores amigos. Mas isso nunca significou que não era muito mais do que ela podia suportar – a pergunta "por quê?" nunca saiu dela. Nunca.