segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

22 horas


Eu não tenho um problema, eu tenho uma solução! Se o mundo por aí está decadente, o meu universo são flores constantemente. A criminalidade está alta e não é seguro vagar sozinho noite afora, mas se algum ladrão me visse, era capaz dele me ajudar. Se a vida pode ser pacata demais por vezes, não tem um momento que não estou com um sorriso estampado.

Só porque eu gasto muito do meu dinheiro nisso! E daí? É meu dinheiro! Trabalho todo santo dia justamente para que depois disso eu tenha condições de manter isso. Além do mais, minha saúde vai muito bem, obrigado - estou melhor até do que você.

Sim, às vezes falo coisas que desejaria não ter dito, às vezes faço coisas que não deveria fazer, mas todos cometem erros. O arrependimento sequer faria sentido se não existisse toda essa situação. Estou perfeitamente de acordo com os padrões estabelecidos universalmente.

Não consigo entender, doutor, por que estou nesta clínica de reabilitação!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Contra o arrependimento do arrependimento


Se arrependimento matasse, a humanidade estaria extinta. Mesmo que se diga que não se arrepende de nada na vida, existiu em algum ponto, pelo menos, algum remorso.

Mas antes fazer e depois se arrepender do que não viver a vida ao seu extremo e ter sempre aquela pergunta "e se...?" martelando no fundo da consciência. É errando que se aprende - qual a graça em acertar todas as vezes? São daquelas bobagens que rimos mais tarde, não dos acertos.

Pode até ser sincero esse arrependimento, mas ele faz parte, assim como o erro, de todo um processo que molda cada um - é parte do crescer.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Indignidade


O desejo de ser notado é uma certa vaidade do ser humano. É tão natural quanto amar ou sentir saudade. Como tudo isso, quando levado a um extremo, porém, é que vem a ser uma questão mais alarmante.

Não existe qualquer mal em querer fazer parte de um reality show e ser conhecida no país inteiro, mas é inegável que há um grande problema quando o que se faz para chegar lá ultrapassa os limites do bom senso e atinge níveis inéditos do ridículo.

Mais estúpido do que tal comportamento é ainda dedicar esses 15 minutos de fama a pessoas tão não merecedoras. Não é à toa que ela não foi escolhida! A questão é por que ainda engrandecem algo tão abjeto.


Link para referência

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Princesa do Pop


Era uma vez uma princesa que ficou famosa ainda quando criança. Era a realização de um sonho - o de sua mãe, não o seu.

A garota então cresceu sob certos holofotes, mas quando completou seus 17 anos ela foi coroada, já era famosa internacionalmente. Vivia também seu grande amor.

Até que terminaram, sem muitas explicações. E, talvez para livrar-se de sua possível tristeza interna, passou a dedicar-se mais a festas e namoros escandalosos, e até mesmo um casamento relâmpago. Tudo devidamente publicado aos 6 bilhões de pessoas do planeta por algumas que nunca a deixam em paz.

Mas isso pareceu que ia ter um fim quando a princesa casou-se de verdade com um plebeu. Teve dois filhos, suas maiores felicidades até então.

Exceto que, como o plebeu só queria ser príncipe, não era amor e acabou. A única coisa que ainda lhe dava motivos para sorrir lhe foi tirada - a princesa foi privada de seus próprios filhos.

Aí ela realmente se afundou em bebidas, narcóticos e escândalos. Engordou e até raspou o próprio cabelo. Ameaçou e tentou oferecer dinheiro ao pai para que pudesse ficar com a guarda das crianças. Mas não deu certo - foi internada. E tudo isso acontecendo com no mínimo dez pessoas ao seu redor com seus respectivos milhares de flashes e gritos no seu ouvido.


Esse é um conto-de-fadas que ninguém conta. Britney Spears apenas sofre com exposições indevidas e críticas, sem que ninguém olhe para seus motivos, suas dores e suas mágoas. Tudo que ela queria era apenas ser como eu e você.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Quem cola só sai da escola


Você vê um colega abrir o livro e copiar o que ali consta. São transcritos trechos em papéis minúsculos com caligrafias menores ainda. Assiste a ele gastar tempo pensando aonde esta tira pode ser escondida e suar de medo porque ainda existe a possibilidade de ser pego. E, por fim, percebe que quando ele recebe a prova, nota que foi tudo em vão - nada daquilo que ele reproduziu foi necessário ao que se pediu na prova.

Fato é que, mesmo que aquilo tivesse sido útil, seria algo imediatista somente - ajuda em uma prova e pode garantir o seu diploma, mas jamais servirá para um vestibular ou no exercício de uma profissão.

É um esforço incrível e, no fim, inútil. Acaba por ser imensamente mais simples abrir um livro e aprender de fato! Mesmo porque, não é para isso que se vai à escola?