quarta-feira, 11 de junho de 2008

Ambigüidade


Então ocorreu a Gregório que talvez as coisas eram necessariamente o que aparentavam. Ele sabia, ele sabia o que ele tinha visto e pronto. E nada de planos, só havia espaço em sua vida para uma única reta. Mas ainda havia a dúvida, uma secção interna que o matava. Eram duas vozes que duelavam como bestas atrozes, dilacerando a garganta uma da outra, famintas por vermelho.

Ele andava incessantemente de um lado para o outro daquela pequena sala, como se seus passos fossem resolver o turbilhão interior de sua atormentada alma. Ele não sabia em que acreditar, e tomar um vento na sacada naquela tarde ensolarada não era a resposta. Mesmo.

Sentou-se e olhou para o infinito. Nada. Voltou aos seus sentidos, endireitou-se e, com um suspiro pesado, viu-se resoluto. Depois de horas a pensar, enfim tinha a resposta àquela dualidade que o consumia. Melhor ausentar a lâmina e sua respectiva imundícia. Nada mais romântido do que literalmente fazê-la perder o ar.

2 comentários:

  1. ai...fiquei na duvida?
    O que foi que ele viu???????
    Droga...agora não vou dormir pensando nisso.

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  2. Não é o meu estilo,...mas tu faz bem o que se propõe!
    Parabens!
    Inté!

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