sábado, 29 de março de 2008

Diferença cultural


Há coisas que funcionam aqui que não funcionariam lá fora, e vice-versa. Brasil versus mundo.

Na cultura liberal holandesa, onde há a maconha legalizada e o Distrito da Luz Vermelha, com mulheres quase nuas em vitrines, a permissão de sexo em locais públicos (com suas devidas restrições) não passa de banalidade. Cada qual admite o que é e não existe diferença entre as aparências e a realidade.

Mas, na cultura brasileira de falso moralismo, isso é impensável. Seria motivo de choque e discursos fervorosos sobre a indecência da situação. Porque aqui muita gente fuma maconha, usa serviços de protituição e faz sexo em público - mas Deus nos livre de alguém descobrir!

domingo, 23 de março de 2008

Is2Internet


Suposição - eu desligo meu computador lá pelas 3h da manhã, depois de passar um tempão no MSN e, quando acordo no dia seguinte, descubro que a internet foi tirada do alcance de todos. Tão rápido como num click.

A princípio, eu iria surtar, descabelar e achar aquilo um absurdo. Mais tarde, eu também acharia isso. E de jeito nenhum viria a me acostumar. O que acontece é que não é que eu sou dependente ou viciada nesse meio, mas é que...é impossível você querer entregar de mão beijada uma conquista que você conseguiu.

É assim - o processo de evolução do homem levou milhares, senão milhões, de anos para que chegássemos ao ponto de haver essa intercomunicação a que damos o nome de internet. Era inconcebível o fato de uma pessoa conseguir se comunicar com outra do outro lado do mundo, mostrando fotos, ou mantendo uma conversa com vídeo. Batalhamos demais para chegarmos a esse patamar para aceitar que isso acabe de uma hora para a outra.

O ser humano se acostuma com tudo. Menos com um benefício que lhe foi concedido e depois tirado.

terça-feira, 18 de março de 2008

Questão de fé


Toda vez que me perguntam qual a minha religião, a resposta é um sufoco só. A minha crença, em si, não é complexa - difícil é eu achar as palavras certas para traduzir esse pensamento. Discutir religião nunca é fácil.

Eu não sou atéia - acredito em Deus ou numa força maior, chame como quiser. Acredito nesse poder maior e que somos todos regidos por isso, de certa maneira. É necessário ter fé, em certos pontos da vida, é o que nos faz continuar.

Mas não conseguiria algum dia crer na instituição Igreja ou qualquer coisa do tipo. Toda a História mostra como tantos foram manipulados por ela e, apesar de serem outros tempos, pare e olhe para a nova geração de igrejas evangélicas - é evidente a semelhança.

Não acredito em Sexta-Feira Santa nem em Páscoa. Existiu o Jesus que teve, pelo menos, seu nascimento e sepulcro, mas o dia depois da Quaresma, duvido que corresponda à realidade. Vivemos num mundo corrompido aonde tudo vira comércio, e adivinhe só o que está totalmente ligado a essas datas... Quem acertar ganha um ovo de chocolate!

segunda-feira, 17 de março de 2008

Aspiração à declaração


Não adianta tentar manter a posa 24 horas por dia, sete dias por semana. Vai chegar aquele dia em que o que se passa dentro de você extrapola o que você pode sentir, é inevitável.
E, sabe, às vezes está tudo bem em não estar tudo bem. Mesmo que isso signifique admitir que você é mais coração que carne e osso.

Tudo bem eu dizer que sonhei com você noite passada e que você nem me vê pelas ruas enquanto eu lhe procuro.

segunda-feira, 10 de março de 2008

O Adeus


Era mais uma quinta-feira com todo seu respeitoso marasmo, nada a acrescentar, nada a tirar - um verdadeiro disperdício de juventude. Eu não tinha vontade de escrever em diários ou ouvir músicas de amor. Apesar de parecer que eu era novamente vítima da rotina, existia algo por dentro diferente - não que eu tivesse notado, a princípio.

Levaram dois céus estrelados, algumas tragadas e diversos tópicos inusitados até que eu piscasse e percebesse que ele era errado para mim e que talvez eu já tivesse visto isso ainda antes, porque reparei que o nome dele não me dava pontadas agudas por dentro fazia algum tempo. Ele tinha me ajudado a crescer, mas essa borboleta já estava pronta para voar - para longe.

Custou-me a acreditar, porém, que todas aquelas juras de amor e alma-gêmea tinham sido extinguidas - não seria a primeira vez que eu diria ter desgostado quando na verdade ainda existiam resquícios, que mais tarde fariam toda a paixão voltar à tona. Mas era verdade. Nada como viver e ver a lua mais uma vez.

Ele me provocou e eu dei um soco fraco em seu braço, como se fôssemos duas crianças de 2ª série. Ele se desculpou e me abraçou, como ato máximo de indulgência - e foi aquele mesmo abraço que atestou a inexistência de qualquer coisa. Não foi paixão, não foi ódio - estar nos braços dele significou apenas indiferença. O que antes me faria sentir as voltas que o mundo dá, foi mais um toque qualquer. Sem entender muito bem, foi um pedido sincero para que eu voltasse a ser.

Foi quase um ano de angústia, mas acabou. Para sempre.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Derrotismo


O comunismo só seria bom se todos nós realmente fôssemos iguais. Mas o que fazemos desde o dia em que nascemos é justamente o contrário - tentamos ser diferentes uns dos outros e nos destacar na multidão. Cada um é cada um, cada qual com as suas vitórias - tentar suprimir isso é perda de tempo.

Imagine que você estude, estude, estude para uma prova e acerte tudo, mas depois fique com a mesmíssima nota daquele seu colega que não faz nada durante a aula e sequer acertou uma questão. Isso é o comunismo. É estabelecer uma igualdade aonde deveria prevalecer o mérito de cada um. O que importa é competir, mas qual seria a graça de uma competição se não houvesse um ganhador?

Isso tudo sem mencionar que ele nunca pôde ser implantado - sempre houve alguém que foi um líder, portanto, socialista. É algo totalmente utópico e idealizado por aqueles que não conseguiram ser bem-sucedidos.

O universo, desde seus primórdios, é regido por essa lei aonde o melhor prevalece. Darwin já atestou isso. A relação competição-evolução é inegável. Em outras palavras - o comunismo é tentar ir contra a própria Natureza.

terça-feira, 4 de março de 2008

Guerra pela fama


A verdadeira questão não é o que se faria pela fama, mas o que não se faria por ela. Estar em evidência é o que todos querem. Não adianta se dizer que se quer uma vida sossegada, que não chame atenção, livre de boatos e comentários - na verdade, são esses mesmos rumores que nos fazem sentir importantes. No final do dia, o dito "falem bem ou falem mal, mas falem de mim" não poderia expressar melhor essa vontade interior de se destacar exteriormente. Pior que ódio, só a indiferença.

E tudo vale a pena para que o ego esteja mais confortável. O amor próprio é o verdadeiro amor de nossas vidas. E sabe o que dizem - "no amor e na guerra, vale tudo"! Então mãos à obra - vou insistir e insistir com a editora pra que isso saia na Capricho!